segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Inflação sazonal de início de ano

Por Vanessa Stelzer

SÃO PAULO, 17 de janeiro (Reuters) - O reajuste sazonal dos preços de educação somado à elevação da tarifa de ônibus urbano em São Paulo aumentaram a pressão sobre os índices de inflação de meados de janeiro, enquanto o mercado elevou mais uma vez a projeção para a taxa de 2011 na semana em que o Banco Central deve retomar o ciclo de aperto monetário.

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) avançou 1,06 por cento na segunda prévia de janeiro, após alta de 0,92 por cento na primeira. Os custos de Educação aceleram a alta para 2,43 por cento ante 1,46 por cento, e os de Transportes avançaram 1,49 por cento agora, comparado a 0,91 por cento.

Outro dado divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), porém, desacelerou em razão da diminuição do impacto dos alimentos, para 0,49 por cento. Mas o componente do varejo, ainda que tenha subido menos, manteve-se bastante alto, mostrando a pressão da educação e dos transportes, que tiveram alta de, respectivamente, 1,68 e 1,07 por cento, ante 0,32 e 0,66 por cento no mês anterior.
"Esses impactos são típicos do início do ano, vamos ver isso (transportes e educação) influenciando os índices de inflação nos três primeiros meses do ano", afirmou Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos."

"Mas não é só isso. Os núcleos também mostram-se pressionados, mostrando que há componentes de (pressão de) demanda."

Essas pressões se sentem-se sobretudo no varejo, mas a inflação no atacado também deve ficar alta, devido à volta da alta dos alimentos, já que os in natura costumam subir no começo do ano, tipicamente quente e chuvoso, o que compromete a plantação de muitos produtos. Além disso, as commodities no exterior retomaram a elevação.


"O aumento da inflação no período recente (tanto cheia quanto os núcleos) e das expectativas de inflação estão entre os motivos que devem fazer o Copom iniciar um ciclo de aumento de juros", disse José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.

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