sábado, 11 de junho de 2011

O crime da USP e a arquitetura do PCC

Por Leandro C
Vamos pensar fora da caixa. 
O caso do aluno da USP gerou clamor publico, precisavam dar uma resposta, encontrar o culpado, ou criar um.
Uma investigação como essa, considerando que não foram encontradas provas definitivas, baseia-se na chamada caguetagem, ou seja informações de pessoas que estão no meio criminoso ou próximo.
Para forçar a caguetagem a policia impede temporariamente o comercio de drogas nos pontos próximos ao crime, forçando os criminosos a entregarem o procurado do momento.
O crime em São Paulo é controlado pelo PCC, que não existe segundo o governo.
Essa organização segue regras e estrutura hierárquica inspirada na máfia calabresa.
Nenhum criminoso opera sem sua permissão, também chamada de proteção, garantida através de parte do arrecadamento dos crimes.

Em contrapartida, entre outros apoios, o criminoso tem apoio jurídico e financeiro quando necessário.
Neste caso, surpreende um criminoso primário se entregar sem ter sido citado, com um advogado que já teve o seu nome vinculado ao PCC, utilizam a necessidade como justificativa e incluindo sentimentalismo, no caso pena da deficiente não assaltada, ou seja, uma estória montada, um script.
A USP pode não ser um exemplo de segurança, mas é mais segura que muitos bairros.
É freqüentada pela classe media e alta. Ele fala demais, não se controla, ri, passa a impressão de noia, seria facilmente identificado no campus.
Não foi por culpa ou remorso que ele se entregou. Também não foi a crença na impunidade, uma hora ou outra ira preso, além de não aparentar conhecimento ou capacidade financeira para enfrentar um processo criminal.
Um criminoso respeitado, leia-se lucrativo, nunca seria queimado dessa maneira pela organização, iria para outro estado, trocaria de identidade, enfim seria protegido e continuaria a operar.
As contas nesse meio costumam ser caras, não é raro usuários inadimplentes assumirem crimes como forma de quitação, comum também na máfia. O advogado é enviado para assegurar que a estória seja realista.
Uma artimanha que satisfaz a opinião publica e não atinge o crime organizado.
Não surpreende a manifestação do advogado, pode até ter razão, em São Paulo a criminalidade é profissional e discreta, não chamam a atenção, não anda com AR 15 na rua, afastam a impressa solucionando os crimes com repercussão.    
A administração do PCC é mais competente do que muita empresa, já controlam bairros inteiros e algumas ruas em bairros nobres, os pontos de trafico funcionam como franquias, tem serviços de locação de armas, entre outros. E para tudo isso funcionar é necessário funcionários, muitos funcionários, nada mais natural que a empresa tenha um código de conduta e que se dirijam uns aos outros como profissionais.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A violação de privacidade do Facebook

Da Folha
Pasta da Justiça quer esclarecimento sobre ferramenta que reconhece rostos
Serviço também é alvo de queixas de autoridades europeias; rede social afirma não ter sido notificada
LORENNA RODRIGUES
DE BRASÍLIA
Seguindo um movimento de reguladores em todo o mundo, o Facebook terá que prestar esclarecimentos ao Ministério da Justiça sobre uma nova ferramenta que reconhece os rostos de pessoas automaticamente.

O serviço usa a lista de amigos do usuário para reconhecê-los em fotos recém-colocadas na rede. As pessoas identificadas passam a ser marcadas com uma "etiqueta" e têm o seu nome exibido.

De acordo com o DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor), há indícios de que a ferramenta viole a privacidade dos usuários porque permite que eles sejam marcados em fotos de álbuns de outras pessoas sem autorização. Dessa forma, as fotos do usuário podem ser expostas sem que ele saiba ou autorize.

A opção, antes disponível só nos EUA, foi expandida para outros países nesta semana e só foi anunciada pela empresa após reclamações.

Na época, o Facebook reconheceu que deveria ter sido mais transparente em relação à novidade, mas se defendeu alegando que o sistema só funciona para fotos novas, na lista de amigos e que pode ser desativado.

"Há indícios de ausência de consentimento dos usuários para a ativação da ferramenta. Há ainda possível violação da privacidade e modificação unilateral sem aviso prévio dos termos de uso da rede social", afirmou o DPDC em nota.

O Facebook terá que explicar se as mudanças foram avisadas com antecedência aos brasileiros. A empresa tem dez dias para apresentar os esclarecimentos.

Se o DPDC entender que o Facebook violou a privacidade dos usuários, abrirá um processo administrativo e a empresa pode ser condenada a pagar R$ 3 milhões.

Por e-mail, o Facebook disse não ter sido notificado oficialmente e que, por isso, não tem condições de comentar o assunto. A empresa ressaltou que sua intenção é colaborar com o governo e que prestará as informações assim que for notificado. 

Se olhe no espelho, Itália

Do Blog do PIMON

Após caso Battisti,Itália diz que Brasil não está pronto para ser ‘potência’.

O subsecretário das Relações Exteriores da Itália,Alfredo Mantica,disse que o Brasil "ainda não está pronto"para ser uma potência mundial devido à decisão de manter no país o ex-militante italiano Cesare Battisti.
Um país que elege um criminoso,ladrão,pedófilo como 1º Ministro e ainda quer dar lição de moral!

O plágio da Vivo

Por Ka
O assunto do momento, não só na área da propaganda, é o suposto plágio do comercial da Vivo/Africa/O2 para o dia dos namorados.
video, que é um clip da música Eduardo e Monica, da Legião Urbana, foi um sucesso avassalador e rapidamente viralizado. As pessoas se encantaram e elogiaram muito a peça publicitária.
No entanto, descobriu-se que a idéia não era nova: um video de 2002, da ATL (comprada em 2004 pela Claro), muito semelhante, foi divulgado hoje. O dono do canal que publicou o video (era o único no Youtube até as 5h da tarde) acabou removendo-o (por pressão "não se sabe" de quem), mas diversos internautas conseguiram reuperá-lo.
Eduardo e Monica, campanha de celular, dia dos namorados, fora a semelhança dos videos entre si... e a Africa jura que não sabia do comercial da ATL (feito pela agências Salles D'Arcy).

terça-feira, 7 de junho de 2011

Apelo a presidenta

POR LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA 
Dirijo-me à senhora agora, presidente, porque vejo seu governo ameaçado pelo caso Palocci; não deixe seu grande momento na política escapar 
Presidente Dilma, nada é hoje mais importante para os brasileiros do que o bom êxito do seu governo.

Como um deles, torço para que a senhora entregue o poder para seu sucessor reconhecida por todos.

Ninguém deseja mais esse resultado do que a senhora mesma, porque é natural que almejemos o sucesso de nossos empreendimentos. E porque a senhora deixou claro em sua vida pública seu compromisso com o bem público; porque não escolheu a vida política para ficar rica ou para gozar o poder em nome do próprio poder, mas para contribuir para a construção de um Brasil mais próspero, mais democrático e menos injusto.

Torço pela senhora, e até há pouco estava confiante de que seria bem-sucedida, dados o equilíbrio e a firmeza com que iniciou o seu governo. Comecei a ficar preocupado quando não resolveu colocar como prioridade econômica administrar a taxa de câmbio e colocá-la em um nível compatível com o desenvolvimento sustentado do país, mas essa é uma outra história, para um outro momento.

Agora, me dirijo à senhora porque vejo seu governo enfraquecido e ameaçado pelo caso Palocci. O ministro estaria sendo injustiçado pela imprensa, a começar por esta Folha? Não creio, seu enriquecimento súbito só pode ser explicado por tráfego de influência.

Há mais fatos a serem verificados? Muito poucos. Ele reconheceu oficialmente seus ganhos em sua declaração do Imposto de Renda.

O nome de todas as empresas que o pagaram não foi divulgado, mas não há dúvida de que todas têm interesses no Estado. Há a pergunta sobre o que e quanto elas ganharam, mas as trocas que as empresas fazem com políticos influentes raramente são diretas e claras. Elas, porém, contam com o retorno do seu "investimento".

O ministro é insubstituível? Não o é mais em relação aos setores mais conservadores da sociedade.

Analistas sugeriram que ele era o "fiador" de seu governo com as elites, mas, se isso foi verdade, hoje, depois do escândalo, não é mais.

As elites são pragmáticas e impiedosas. Mas não seria ele necessário do ponto de vista político, dada sua habilidade em negociar? Sem dúvida, governar é fazer política. E a política é a arte de argumentar e de fazer concessões mútuas para alcançar maioria e governar.

Mas, hoje, Palocci é um político enfraquecido; é um peso, e não um ativo em seu governo.

Alguns me dizem que, se o chefe da Casa Civil for dispensado, seu governo sairá enfraquecido porque cedeu. Não creio. O malfeito não ocorreu no seu governo. Para governar, a senhora precisará fazer concessões, mas só vale a pena fazê-las com quem pode somar.

Antonio Palocci pode ser amigo de Dilma Rousseff, mas não é amigo da presidente do Brasil.

Uma presidente não tem amigos.

Tem apenas um compromisso consigo mesma e com seu país. Sei que essa afirmação não é verdadeira para muitos políticos, mas para a senhora é. A política para a senhora é uma missão, e a presidência do Brasil, seu grande momento. Não o deixe escapar.

O jogo da política, muitas vezes é "desumano e impiedoso" (um dia antes de Palloci pedir demissão).

Por Brizola Neto
Não é informação privilegiada, que não a tenho.
É só sensibilidade, que logo se verá se tenho.
Mas acho que está por horas o desfecho desta crise política em torno do ministro Palocci.
É nítido que  a infindável novela em torno do  assunto já incomoda o próprio Governo, muito mais que o assunto em si.
Não se trata de julgar se o ministro é culpado ou inocente. Afinal, nem mesmo há uma acusação concreta contra ele,  quanto mais algo que esteja provado como irregularidade.
O caso é político e a política tem razões muito mais subjetivas que a lei.
O jogo político não é, faz muito tempo, uma disputa amável e ponderada. Porque ele passou a ser um jogo que define não os governos, mas os rumos do Brasil.
O palco onde seu dia-a-dia se desenrola é, com frequência, desumano e impiedoso.
Mas ele tem de ser jogado.
Ao defender-se  de maneira tíbia – o que é mais grave do que restringir a abertura de todas as informações – o ministro tornou-se inerme diante da avalanche de ataques.
Na prática, Palocci não se defendeu, esperou que fizessem isso por ele.
E ninguém pode fazer por nós por muito tempo aquilo que não fazemos sozinhos.
PS. Algumas poucas horas depois deste post, leio que o Procurador Geral da República mandou arquivar as representações contra o Ministro Palocci.  Como disse, juridicamente não há absolutamente nada contra ele. Repito, porém, que a questão política sobrepuja a jurídica. Se o Ministro Palocci tivesse se afastado, espontanemente,  hoje, com a decisão da PGR, estaria voltando superfortalecido. Isso não quer dizer que ache que a presidente deveria te-lo afastado, não.  Não se “rifa” pessoas á primeira dificuldade, e ela não o fez.  A atitude de desprendimento caberia a ele. Estas lutas são coletivas, mas nada substitui a ação pessoal, quando se trata de uma ofensa à honra. A oposição e a mídia seguirão agarradas a cada detalhe da vida pessoal de Palocci. Ele se enfraqueceu e, fraco, não lhes serve como interlocutor. Mas serve como alvo.