quinta-feira, 28 de julho de 2011

O calote americano em verso

Por Edmar Melo
CORDEL DO CALOTE AMERICANO.
Na terra do Tio Sam
Só se fala em calote
Enquanto Barack Obama
Sofre pressão e boicote
O cerco está se fechando
E o mundo todo esperando
A votação do pacote.

O teto da dívida pública
Precisa ser aumentado
Porém os republicanos
Prometem pegar pesado
Querem corte de despesa
Sem tirar nada da mesa
Do americano abastado.

Obama já concordou
Com cortes no orçamento
Mas quer taxar os mais ricos
E usa um forte argumento
De dividir sacrifício
Com quem tem mais benefício
Diluindo o sofrimento.

Com treze trilhões de dívida
Tudo em dólar americano
Nao é difícil entender
De quanto vai ser o cano
Sem querer urubuzar
O mundo pode quebrar
No curto prazo de um ano.

Revendo o rol de credores
Constante da relação
Vi o Brasil bem na foto
Numa quarta posição
Não aprovado o pacote
O Brasil leva um calote
Junto com a China e o Japão.

O país sequer saiu
De uma crise recente
Que mexeu na economia
Desempregou muita gente
Agora o dólar despenca
Enquanto o Obama tenta
Permanecer presidente.

Só resta agora esperar
Juizo da oposição
Que o Congresso se una
Em defesa da nação
Que esqueça as divergências
E aja com consciência
Sem pensar em eleição.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A Fe$ta da Copa

Medidas anti-especulação

Por Fernando Brito
Como os jornais não se ocupam de explicar as coisas, vamos tentar entender porque a medida anunciada hoje pelo Governo vai – embora sem a força que poderia ter – ao centro do alvo da especulação financeira com o dólar, ao taxar (minimamente, é verdade, com 1%) o mercado de derivativos.
Bom, mas o que são, afinal, estes tais derivativos?
São os contratos futuros baseados em um ativo (daí o nome de derivativos). E o ativo, no caso, é o dólar.
A função original do mercado de futuros é, simplesmente, “proteger” uma operação realizada em moeda estrangeira.
Uma empresa, por exemplo, que tome um empréstimo em dólar, vai ao mercado futuro de dólar e “compra” – na verdade apenas deposita  uma pequena garantia, em torno de 10% – dólares que lhe permitam, em parte, honrar o pagamento do débito, pagando um premio de juros por isso.
É uma espécie de “seguro” que se faz contra uma oscilação brusca da moeda.
Mas este mercado passou a ser o centro da especulação da moeda.
Como é que funciona?
Quem tem capta dinheiro no exterior, bancos ou empresas, compra, para cobrir essa dívida.
Os especuladores, porém, vendem o dólar que possuem.  Como são grandes volumes, isso pressiona para baixo a cotação do dólar.
Os números do Banco Central apontam para uma posição “comprada” dos bancos na faixa de US$ 15 bilhões. Já os investidores não-residentes no Brasil tinham uma posição “vendida” superior a US$ 20 bilhões.
Como qualquer mercadoria, também o d[olar se desvaloriza quando tem mais gente querendo vender do que querendo comprar.
Taxar essa exposição ao dólar é correto e acertado. Mas será, como o aumento do IOF, paliativo.
O mercado já “precificava” – isto é, levava em consideração – esta medida. O movimento de alta hoje foi, basicamente,  provocado por quem tinha posições muito vulneráveis. Em tese, os investidores estrangeiros deveriam cessar a especulação com dólar e ir para outras bandas.
Mas está difícil de achar outras bandas com o potencial de lucros do Brasil. Então, eles vão se adaptar, como se adaptaram ao IOF sobre aplicações de curto prazo.
Mas é compreensível que o Ministro Guido Mantega esteja indo, como se diz no Rio, “no sapatinho”.
Controle cambial, que é o nome do remédio que pode atenuar essa exposição do real – e isso é perigoso, como nos mostrou a crise de 2008, quando o dólar subiu quase 50% em apenas um mês – ainda é uma heresia no mundo das finanças.
Agora, é esperar o desfecho da intrincada situação dos EUA e da Europa , que pode deter ou reverter este fluxo de capitais “órfãos” de  opções seguras e rentáveis como as que fazem  aqui.
Mas aí não vamos ter tempo de ficar “telegrafando passe” como foi desta vez, apelando para que – como diz o economista Paulo Nogueira Batista – a “turma da bufunfa” aceite os apelos à racionalidade.
Porque boiada estourada não é racional.

Tire as mãos do meu carro!!!

Por Leonardo Sakamoto
Um Beetle (o Fusca reestilizado da Volkswagen) cor-de-rosa pára no cruzamento da avenida Henrique Schaumann com a rua Cardeal Arcoverde, área nobre da cidade de São Paulo. No interior, apesar dos vidros fechados, dá para ver uma moça por volta de seus 20 anos e um rapaz da mesma idade, ambos aparentando alta classe social. Finos. Um velho homem, sem-teto, se aproxima do carro para pedir uma esmola. A idade pesa e ele encosta no capô enquanto faz o pedido aos ocupantes.
Pânico rosa-choque. A menina gesticula freneticamente. Aperta um botão no painel de seu carro e liga um alto-falante para falar com o mundo exterior: “Tire as mãos do carro!”
O idoso, surpreso, obedece. O semáforo abre e o carro arranca.
Ações explícitas de preconceito social no trânsito, travestidas do verniz de “temor por segurança”, não páram de me surpreender. De início, foram os carros blindados, que levam para as ruas da cidade a sensação de encastelamento dos condomínios fechados ou das mansões muradas. Sentimento falso, pois não são muros, chapas de aço ou um sisteminha de microfone/alto-falante de carro de pamonha que garantirá segurança aos moradores de uma metrópole como São Paulo. É bom como efeito placebo, para se enganar, mas, mais dia ou menos dia, as “hordas bárbaras” vão engolir a “civilização”. Ou seja, uma hora a bomba estoura.
São Paulo tem mais de 11 milhões de habitantes, mas apenas uns poucos são efetivamente cidadãos, com acesso a todos os seus direitos previsto em lei. Lembra a antiga Atenas, com uma democracia para uns poucos iluminados e o trabalho pesado para o grosso da sociedade, composta de escravos. Enquanto uns aproveitam uma vidinha “segura” dentro de clubes, restaurantes, boates, residenciais e carros com alto-falantes, outros penam para sobreviver e ser reconhecidos como gente. Para casa assassinato em Moema, 130 são mortos no Grajaú. Só que a morte de uma jovem em Moema causa mais impacto na mídia do que a de 130 na periferia, como já aconteceu em outros tempos. Tem vida que vale mais que outras, por causa do dinheiro.
Qual a causa da violência? A resposta não é tão simples para ser dada em um post de blog, mas com certeza a desigualdade social e a sensação de desigualdade social está entre as principais razões.
O preconceito da proprietária do Fusca estiloso vai no sentido contrário a uma solução, isolando os ricos ainda mais, deixando-os alheios ao sofrimento do resto da cidade. E, pior, dando aos mais pobres a sensação de que são lixo. Corta-se com isso a dimensão de reconhecer no outro um semelhante, com necessidades, e procurar um diálogo que construa algo e não destrua pontes. Há riscos de assaltos? Sempre há e eles vão acontecer. Mas deve se ter em mente que há atitudes que pioram o quadro. Ou a cidade será boa para todos ou a aristocracia que sobrar após o caos não conseguirá aproveitar sua pax paulistana.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Viva a disfuncionalidade do Brasil!





Por Fernando Brito
O assassino em massa norueguês Anders Behring Breivik cita o Brasil, no manifesto racista que divulgou na internet, como um exemplo do que a “mistura de raças” produz em uma nação.
Segundo sua mente transtornada pelo ódio, seríamos assim “por causa da “revolução marxista brasileira”, o Brasil teria se tornado uma mistura de raças o que se mostrou uma “catástrofe” para o país que é “de segundo mundo” com um baixo nível de coesão social. Os resultados seriam os altos níveis de corrupção, baixa produtividade e conflitos entre as diferentes culturas”.

Breivik é um doente, mas a forma que sua doença assume é moldada por um caldo de cultura que existe aqui também, embora nem todos os que pensam como ele vão sair fuzilando dezenas de jovens. Mas ele existe e tem muita gente que está mergulhada nele e, mesmo sem verbalizar ou escrever isso, acha que o Brasil negro, mestiço, cafuzo, mulato, é a praga e o atraso deste país.
Cheios de dedos, para não explicitar seu racismo social, o que eram os que reclamavam daquela “gente diferenciada” que uma estação do Metrô traria a Higienópolis?
Mas deles a gente está cansado de falar.
Nós também temos culpa nisso.
Porque paramos de celebrar, por nos agarrarmos – usando a expressão do próprio terrorista, em seu manifesto – à idéia de tribo, de grupo fechado por alguma razão: etnia, gênero, ideologia, a riqueza da diversidade.
A maior perversidade da discriminação é essa: a de nos cegar para vermos a riqueza de nossa igualdade humana.
Estamos, com razão e por dever, tão presos a afirmar os direitos de grupos – e todos eles os têm e são invioláveis – que descuidamos de proclamar a maravilha de nossa grande – por que não assumir a palavra – disfuncionalidade.
Porque o ser humano não é uma função. Não é uma peça, um produto, algo feito em série, para cumprir um papel.
O milagre do povo brasileiro não é apenas respeitar a diversidade, mas ter forjado nela uma unidade nessa tão rica e una diferença.
Disfuncional, para aquele lunático terrorista.
Desprezível, para nossas elites, que nos consideram, por isso, inferiores, embora não tenham mais coragem de afirma-lo com todas as letras, o que não os impede de colocar cercas eletrificadas, insulfilme e, sobretudo, de aderir e aplaudir a ideia de que este país seja de todo o seu povo.
Que falta nos faz um Darcy Ribeiro agora – e como nossa intelectualidade se empobreceu por não os produzir às centenas – que proclame nossa miscigenação como virtude e avanço, e não esqueça dela porque tenha medo de dizer que ela é boa, porque soma todos os que somos iguais: negros, brancos, amarelos, índios e até nossos noruegueses.
Como debocharam da ideia generosa do “socialismo moreno” que ele, Darcy, e Leonel Brizola, apregoaram diante de seus narizes torcidos, tentando dizer que, numa sociedade justa, aberta e igualitária, todos nós em algumas gerações, seríamos da mesma cor, feita de todas as cores.
Como zombaram da ideia de uma “civilização dos trópicos”, por acharem boa, mesmo, aquelas frias e funcionais, que produzem desvios assim. E não é de hoje, vide as barbaridades coloniais, depois o nazismo e estes seus filhos tardios.
Não temos de ser funcionais, o que nada tem a ver com não sermos racionais.
Um país, como ser humano, vive em busca da felicidade.
E felicidade é um estado de alegria coletiva, de aceitação, do que o Frei Leonardo Boff dizia ser a festa, onde as pessoas dizem sim a todas as coisas.
É, porque a gente precisa entender e sentir que o não só tem sentido, quando se nega o sim para alguém. Nós não temos ódio, mas não descuidamos de lutar pelo direito – e o dever – de amar.
É isso: só o que temos contra nossas elites é não aceitar que o povão seja gente. É não entender o verso do Tom que diz que é impossível ser feliz sozinho.
O Rolex e a futilidade a gente aceita e tolera.
E ainda pergunta que horas são.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Como se formam as expectativas no mercado

Por Nassif
Em O Globo de ontem, o colunista Merval Pereira reproduz análises do economista Fábio Giambiagi sobre o Banco Central e a inflação.
Na análise, Gimabiagi anota que pioraram as expectativas do "mercado" em relação à inflação. Tudo por culpa do BC que decidiu voltar ao centro da meta apenas em 2012.
Como se recorda, no sistema de "metas de inflação" define-se uma meta anual – atualmente em 4,5% -, mais dois pontos de margem de segurança para comportar choques de preços imprevistos.
***
Desde os estudos pioneiros da Ignácio Rangel sobre a inflação brasileira, em 1963, sabe-se que há uma disfunção no uso exclusivo da política monetária para conter preços.
Ocorre um problema qualquer – digamos, uma quebra na safra agrícola abrindo espaço para especulação com alimentos.
A inflação aumenta – puxada exclusivamente pelos alimentos (até então, não havia correção monetária e inflação inercial na economia). Contem-se o crédito, aumentam-se os juros, cai o consumo e o preço, mas não daqueles bens que puxaram a alta, especialmente se for alimentos.
Como alimento é o último item a ser cortado do orçamento, aumenta o peso nas contas domésticas e os consumidores cortam a compra de outros bens – que estão longe de pressionar a inflação.
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No caso das "metas inflacionárias", os teóricos definiram a margem de manobra por uma razão simples. Tome-se a explosão internacional dos preços das commodities no final do ano passado. Acabou influenciando os preços internos levando a inflação anual para perto do teto da meta.
Trazer a inflação para o centro da meta em apenas um ano significaria impor um arrocho formidável à economia, com toda dose de sacrifícios implícita. Justamente por isso, gestores responsáveis definem prazos maiores para proceder ao ajuste.
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Mais que isso. Com exceção de serviços – que passa por mudanças estruturais, devido ao aumento da classe C -, não há pressão sobre nenhum outro preço da economia. Os últimos indicadores, inclusive, têm mostrado deflação – isto é, queda nos preços.
Além disso, não existe modelo econométrico capaz de analisar desdobramentos de inflação em 24 meses a ponto de mostrar aumento nas expectativas na segunda casa depois da vírgula.
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Então qual a razão da tal "deterioração" das estatísticas? Simples: um método insuficiente de medição de expectativas, a pesquisa Focus. O Banco Central toma o pulso exclusivo do mercado – que é um observador interessado no jogo, porque quanto maior a expectativa, maior probabilidade de aumento nas taxas de juros.
Além de ser um universo restrito, essa comunidade é influenciada por meia dúzia de "gurus", que alinham as expectativas na direção que querem. Durante certo período, até o ex-Ministro Maílson da Nóbrega opinava sobre inflação.
Fica um jogo de cartas marcadas, no qual as "expectativas" obedecem muito mais a uma concatenação do que a uma média de opiniões isentas.
Depois, basta um certo tipo de jornalismo econômico caprichando nas manchetes, tratando com estardalhaço pequenas mudanças de expectativas. 

domingo, 24 de julho de 2011

Lula e Dilma por Nassif

Por Nassif
Apesar de surpreender a gregos e troianos, a estratégia política de Lula-Dilma Rousseff é relativamente fácil de desvendar.
A primeira peça do jogo é não imaginar Dilma dissociada de Lula. Não existe hipótese para ciumeiras, rompimentos. A diferença de estilo entre ambos não é semente para futuras disputas, mas peça essencial na sua estratégia.
Primeiro, vamos às afinidades políticas e à continuidade de ambos os governos.
  1. Ambos são sociais-democratas. Não se exija perfil revolucionário, nem mesmo estatizante, embora estejam longe de se constituir em neoliberais.
  2. São políticos focados em resultados sociais, como peça central de legitimação política, Dilma dando mais atenção à gestão, Lula à política (mesmo porque tinha Dilma para cuidar da gerência).
  3. Na política econômica, a prioridade absoluta é o controle da inflação. Câmbio, desindustrialização, juros, é resto. E resto é resto. Embora Dilma tenha formação desenvolvimentista, a realpolitik se sobrepôs às demais prioridades. Se a crise internacional piorar, pode criar vulnerabilidades nessa parte da estratégia.
  4. No plano político, a lógica não é do confronto, mas da soma. Dilma aprendeu com Lula a dividir os contrários em dois grupos: os adversários e os inimigos. O primeiro grupo é para ser cativado ou cooptado.
Diferenças periféricas
As diferenças de estilo entre Lula e o Dilma são periféricas, embora importantes na montagem da estratégia política. No plano econômico e ideológico, são governos de continuidade.
Muitos analistas – à direita e à esquerda – tomam a nuvem por Juno, as diferenças periféricas pelas essenciais. E acabam se confundindo na análise do governo Dilma e de sua estratégia política.
Os fatores utilizados pela velha mídia para desgastar Lula (fazendo muito barulho, embora influenciando apenas 5% do eleitorado) são desimportantes e nada tem a ver com as peças centrais de sua política.
No plano político, nos últimos anos  desenterrou fantasmas da guerra fria que se supunham extintos desde os anos 60. Na diplomacia, a questão iraniana. Na política interna, o pesado véu de preconceito contra Lula e o enfrentamento nos últimos anos. As críticas contra as políticas sociais foram devidamente enterradas pelos fatos.
Ao assumir, sem comprometer os pontos centrais de sua política, Dilma definiu um estilo diferente de Lula na forma, embora muito similar no conteúdo – inclusive surpreendendo os que supunham que partiria para um confronto direto com adversários.
Colocou a questão dos direitos humanos como foco da diplomacia, deu atenção a FHC, compareceu ao aniversário da Folha, nos últimos dias convidou jornalistas brasilienses para conversas no Palácio, respondeu rapidamente às denúncias consistentes.
Completa-se assim a estratégia.
Dilma se incumbe do establishment, que rejeita Lula. No plano midiático, blogosfera para ela é como a Telebrás – serve apenas para ajudar a regular a mídia. O mesmo ocorre com movimentos sociais e sindicatos.
Já Lula garante os movimentos populares, o sindicalismo, a blogosfera e a ala esquerda. E estende sua sombra sobre os adversários. Se endurecerem muito com Dilma, entra na briga. Se Dilma não se sair bem no governo, ele volta.
Perto dessa estratégia, a oposição só tem perna de pau: um guru que ensarilhou as armas – FHC -, um político esperto mas sem ideias – Aécio Neves – e um desatinado – José Serra.
Cumprir-se-á o vaticínio do sábio José Sarney, de que a nova oposição sairá das entranhas do governo.
Linhas programáticas
Em relação à continuidade, é importante não confundir algumas linhas de ação que permanecem as mesmas desde o governo Lula – mas que têm dado margem a confusões..
A primeira, o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Criou-se a ideia de que, com Lula, a Telebrás assumiria todo o trabalho de levar a banda larga até a última milha (a casa do ccidadão). Nunca foi essa a ideia. A Telebrás foi ressuscitada com o objetivo de levar linhas de transmissão ligando cidades, atendendo provedores independentes, fortalecendo as linhas de transmissão, mas sem a pretensão de atuar no varejo. A possibilidade de atuar no varejo foi acenada apenas para demover as resistências das operadoras em aderir ao plano.
Não significa que seja um bom plano. 300 mb de tráfego por mês a 35 reais é brincadeira. Tem que se aprimorar a negociação. Mas a estratégia de amarrar as teles a compromissos de universalização é correta.
O segundo ponto é a chamada "lei dos meios". Criou-se a ideia de que o projeto de Franklin Martins imporia limites aos abusos da mídia. A radicalização de Franklin foi muito mais no discurso do que propriamente nas propostas. A não ser a questão limitada da propriedade cruzada, o projeto era muito mais uma defesa dos grupos nacionais contra as grandes corporações internacionais e as teles.
A cegueira da velha mídia a impediu de entender a lógica do plano. 

Amy Winehouse

A previsibilidade do inevitável prepara o terreno emocional para uma aceitação menos desoladora de um caminho funesto.




Por Luana Divino

Tão clichê. Tão previsível. Uma morte mais que anunciada. E ainda assim, tão triste! Amy Winehouse mostra que apenas talento não é suficiente para tocar a vida. Precisamos do amor que o mundo não pode nos dar para lidar com o caos interior.

Ela destruiu a si um dia depois que um norueguês matou 92. Ela, autodestrutiva, implodiu-se; ele, assassino, quis explodir o mundo.

Lamentável!