sábado, 23 de abril de 2011

Custo de energia + (US$1=R$1,56) = Fuga de empresas

Por Luis Nassif
O câmbio apreciado começou com FHC e continuou com Lula. Em pelo menos dois momentos - 2003 e 2008 - o Sr. Crise veio em seu socorro, permitindo a desvalorização. Mas Lula se incumbiu de trazer o câmbio de volta ao patamar da não competitividade.
Agora, o custo da energia - somado ao do câmbio - é obra seminal de FHC, talvez a pior parte de sua herança. O modelo de privatização do setor elétrico foi um desastre percebido de imediato - na crise eo apagão -, mas mortal a médio prazo, ao tirar a competitividade do setor eletrointensivo no país. A reforma conduzida por Dilma corrigiu parte dos problemas, mas apenas parte. Não havia como reverter totalmente oe estragos produzidos.

Energia cara tira indústrias do Brasil

Multinacionais reclamam também dos tributos e da concorrência chinesa e preferem investir em outros países, como o Uruguai

22 de abril de 2011 | 22h 30
Karla Mendes, da Agência Estado
BRASÍLIA - O alto custo da energia elétrica, a invasão de produtos chineses e os incentivos tributários concedidos por outros países estão deixando o Brasil em segundo plano na rota de investimentos de empresas multinacionais.
Estudo feito pelo Estado, com fontes do mercado, mostra que fábricas de setores eletrointensivos - em que o custo da energia é um dos principais componentes no preço final do produto, como alumínio, siderurgia, petroquímico e papel e celulose - estão fechando unidades no País ou migrando para outros locais por causa da perda de competitividade no mercado brasileiro.
Nesse contexto, enquadram-se pelo menos sete companhias. A Rio Tinto Alcan está em negociações "avançadas" para instalar a maior fábrica de alumínio do mundo no Paraguai, com investimentos entre US$ 3,5 bilhões e US$ 4 bilhões para produzir 674 mil toneladas de alumínio por ano. A Braskem vai inaugurar unidade de soda cáustica no México e faz prospecção em outros países, como Peru e Estados Unidos.
A Stora Enso, que abrirá em breve fábrica de celulose no Uruguai, admite que, apesar de a produtividade brasileira ser o dobro, essa vantagem é "desperdiçada" pela incidência de impostos. No caso da produção de papel, o preço do produto fabricado no Paraná é mais alto que os similares feitos no exterior.
A siderúrgica Gerdau Usiba, na região metropolitana de Salvador (BA), esteve paralisada por causa do alto custo da energia. A Valesul Alumínio, em Santa Cruz (RJ), também ficou fechada pelo mesmo motivo.
Nesse setor, aliás, a situação é crítica. A Novelis fechou fábrica em Aratu (BA) e, segundo fontes, pode migrar para o Paraguai. A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), do Grupo Votorantim, está prestes a abrir filial em Trinidad e Tobago.
Importação. Nesse segmento, a avalanche de produtos chineses é outra ameaça. A importação de alumínio chinês, que até 2009 ficou num patamar de 17 mil toneladas, saltou para 77 mil toneladas em 2010, que é o nível mínimo projetado para 2011, de acordo com Eduardo Spalding, coordenador da Comissão de Energia da Associação Brasileira do Alumínio (Abal). "A China, daqui a dez anos, vai ter produção de alumínio igual à do resto do mundo todo somado", adverte.
Outro agravante, segundo ele, é a importação de produtos acabados, sem possibilidade de agregar valor à mercadoria no País. Nesse ritmo, avalia Spalding, o Brasil passará da condição de exportador para importador de alumínio em 2012.
"No Brasil, se nada for feito, o risco é de o setor sumir. Temos vários exemplos de países em que a indústria do alumínio fechou em dois anos. Há mais de 25 anos, nenhuma nova fábrica se instala no Brasil. O que tivemos foi expansão das já existentes e, mesmo assim, parou tudo", diz Spalding.
Por alexis
ENERGIA / PROCESSAMENTO MINERAL
A utilização de energia nas indústrias de mineração apresenta o seguinte quadro:
1. Evolução do preço: USc$1 a 2/kWh (um centavo de dólar o quilowatt hora, nos anos 70)
                                  USc$2 a 4/kWh (na década de 80);
                                  USc$5 a 7/kWh (na década de 90);
                                  USc$10 a 12/kWh (em recentes projetos de mineração)
Ou seja, as usinas deveriam procurar gastar cada vez menos energia nas suas operações
2. O custo da moagem equivale a quase 40% do custo total de energia nas usinas de mineração (agravado pelo uso de moinhos SAG e pelos circuitos fechados de moagem);
3. O custo de bombemento de polpa equivale a quase 25% do custo total de energia nas usinas de mineração (agravado pelo excesso de cargas circulante dentro das usinas)
4. Com minérios cada vez mais pobres, mais tonelagem deve ser moida, nas usinas de mineração, para gerar a mesma quantidade de concentrado. Erradamente, ao meu ver, são utilizados sistema de moagem SAG (moinhos semi-autógenos, de enorme diâmetro), que consomem muito mais do que os sistemas convencionais de moagem. Outro erro, é de moer tudo muito finamente, e gastando muita energia, esperando separar a ganga na última hora, já nas operações caras de concentração (ex. flotação). Ainda, é clássica a utilização de circuitos fechados, onde  a massa reciclada é muito maior que a massa nova alimentada à usina
5. Projeto recente premiado pela Revista Minérios & Minerales (projeto Pedra de Ferro, da BAMIN), demonstrou que era possivel moer mais grosso (consumindo 1/3 da energia utilizada em sistemas convencionais), levando o consumo de energia de 10 kWh/t para menos de 3 kWh/t. A drástica redução das cargas circulantes levou o custo de bombeamento de polpa para menos de 1/3 em relação ao projeto original (quando eram usados circuitos fechados)
Em resumo: Não adinata chorar pelo preço da energia, mas as usinas deverão começar a racionalizar melhor o seu consumo.

Bate e assopra, o calcanhar de Aquiles do Brasil.

Por Eduardo Guimarães
No tengo plata para comprar a Brasil. Vuestros productos son solamente para los muy ricos”, disse-me, com ironia cortante, o cliente peruano, logo após examinar a lista de preços que lhe enviei na tentativa de retomar os negócios interrompidos desde o começo do ano passado, quando passou a importar de meu concorrente argentino.
Antes, com variações de estilo, ouvi a mesma piadinha comercial sem graça (para mim, pois quem conta parece estar se divertindo) de argentinos, bolivianos, chilenos, equatorianos, paraguaios, venezuelanos, angolanos, sul-africanos e até de um sírio.
Economicamente, o Brasil vai muito bem, obrigado. Pelo menos é o que pensa a maioria. Parece que todos estão ganhando dinheiro. Os salários não param de se valorizar. Valorizam-se tanto que as pessoas não dão muita bola para a alta de preços. Mas nem todos vão tão bem assim. Eu, por exemplo, que vivo de exportação, estou tendo cada vez mais dificuldades.
Mas o Brasil segue tendo superávit comercial, não é? Sim, é, mas ainda conseguimos exportar mais do que importar porque há uma grande demanda internacional – e, sobretudo, chinesa – por produtos básicos que o Brasil tem em abundância, as tais commodities.
No meu segmento de atividade, a indústria de autopeças, fica clara a situação brasileira. Venho recomendando às empresas que represento que importem aço da China para baratearem seus custos de produção de forma a terem como competir com os importados não só na exportação, mas internamente.
Minhas representadas recebem chapas e barras de aço feitas com o minério de ferro que este país exporta para a China e que depois recompra com valor que as usinas chinesas lhe agregaram ao transformá-lo em aço. Mesmo com a matéria-prima mais barata que a produzida no Brasil, nossos produtos metalúrgicos ainda não têm preço para competir lá fora.
Exportar minério de ferro em vez de aço se deve a um sujeito chamado Roger Agnelli, que, apesar da falta de empreendedorismo e da ganância ao fazer a maior mineradora do mundo, a Vale, ganhar menos dinheiro – ainda que mais rápido – vendendo o minério bruto, foi defendido com unhas e dentes pelo PIG. Mas ele não é o único culpado.
O custo de transformar minério de ferro em aço, com frete e demais custos, é muito menor na China. E não se trata daquela conversa fiada sobre os salários serem muito mais baixos por lá. O segredo chinês é o Yuan (moeda chinesa), congelado há pelo menos uma década. Nem se o brasileiro trabalhasse de graça a nossa indústria conseguiria competir.
Outro fenômeno do comércio internacional (que é do que sobrevive este blogueiro, hoje no prejuízo) nos põe outra bomba de efeito retardado no colo: tal qual minério de ferro, arroz, feijão, carne, entre outros gêneros alimentícios, também são commodities e, como o ferro, não param de subir de preço no mercado internacional.
Agora o mais interessante: a mão que bate é também a que afaga, pois a China, além de nos matar no comércio internacional de produtos industrializados, enche-nos os bolsos de dólares ao nos comprar tudo o que produzimos das tais commodities. E, ao nos encher os bolsos de dólares, torna o Brasil menos competitivo no comércio internacional.
A entrada crescente de dólares aumenta a oferta de moeda americana. Esses dólares são despejados aqui dentro tanto por investimentos benéficos – porque de médio e longo prazo, em projetos – como para nos gerar efeitos maléficos como a valorização crescente do real – porque vêm explorar juros que têm que subir para conter a inflação e, assim, atraem mais dólares.
É uma situação curiosa. Apesar de termos tudo para mergulhar em crise econômica – dificuldade para exportar e inflação ascendente –, exportamos muito e a inflação não é tão percebida, apesar de que vai se estabelecendo em nosso cotidiano. Exportamos muito por que temos muita commoditie e os salários sobem acima da inflação devido ao aquecimento da economia.
A situação é sustentável porque temos mais de 330 bilhões de dólares em caixa.  O sistema chinês de ferrar o mundo em benefício próprio, como já disse, é do tipo bate e assopra. Ao mesmo tempo em que vai destruindo (mui lentamente) as indústrias de toda parte, vai enchendo de dólares os bolsos dos atingidos por seu câmbio criminoso.
Os EUA – mais atingidos do que o Brasil porque vivem da exportação de industrializados enquanto que, mesmo sem o problema cambial, este país ainda seria, precipuamente, um exportador de commodities – acharam um jeito de minimizar o problema: compram a produção de industrializados de países asiáticos e exportam como se fosse made in USA.
Ainda assim, os EUA estão sendo dizimados pelos chineses, o que explica a aproximação de Barack Obama com o Brasil, pois veio nos dizer que, hoje, o Tio Sam não é quem está mais fungando em nossos cangotes tupiniquins e que, por isso, temos que nos unir. E tem boa dose de razão, ainda que não seja bem assim…
Por enquanto, pelas razões supracitadas, o brasileiro não sente nada. Mas a situação é insustentável.  Se houver uma reviravolta no preço internacional das commodities, estamos ferrados – nossas reservas viram pó rapidinho. Sem falar que o que alimenta a inflação não é atenuado. Pelo contrário, ficará cada vez mais difícil controlá-la.
Se aumentamos os juros para controlar a inflação atrairemos dólares de pior qualidade, destinados a nos explorarem a maior taxa de juros do mundo em uma economia montada em dólares para pagar a fatura do capital externo caso a bomba estoure.
A oposição brasileira se vale de uma situação que afeta o mundo para criticar o governo como se fosse responsável por um problema que, sem união do Ocidente, é insanável. Isso, porém, em nada muda um fato: a China está f… o mundo com aquele sorrisinho amarelo – sem conotação racista, por favor – de quem, a cada pancada, dá um beijinho.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A Vale e a Petrobrás

Eis o segredo do crescimento da Vale:


O preço do minério saiu da faixa de 10 US/t em 2002 para os atuais 177 US/t, seria muita incompetência administrativa não acompanhar o mesmo crescimento concorda?


Hoje a Petrobrás ja é a terceira maior empresa da AL e a oitava do Mundo.


Será que se Roger Agnelli fosse presidente de uma Petrobrás privatizada faria melhor?


Não sei, mas com certeza o preço da gasolina já estaria muito maior que 3 Reais.


Talvez na casa dos 10.

Petrobrás é a 8º do Mundo

Por Brizola Neto
Com a dica do comentarista do comentarista José Huertas, fui ver a matéria em que a Petrobras aparece, na lista da revista Forbes, como a oitava maior companhia do mundo.
Além do orgulho de os brasileiros terem uma empresa,  antes mesmo da entrado em operação comercial da extração do pré-sal, neste patamar, tive uma curiosidade.
Fui ver em que posição estava a empresa em 2003, quando Lula assumiu.
Era a 108ª empresa da lista da Forbes.
Agora está entre as dez maiores.
Que incompetência!
Todos os que lêem a Folha, o Estadão, O Globo e assistem à Rede Globo sabem que estatal é incompetente, obsoleta e atrasada.
Não vão ficar sabendo que, quando Lula assumiu, ela era apenas a 172ª em velor de mercado, e hoje é a quinta, como você vê na imagem.
E que, em lucratividade, subiu da 72ª posição também para a quinta.
Ah, os fatos, que maravilha os fatos para desmoralizar as mistificações.

Selic: +0,25%, mais um tsunami de dólares na nossa economia

Por Luis Nassif
Os descaminhos da política monetária brasileira são fáceis de demonstrar.
A taxa Selic impacta dois clientes distintos. O primeiro, os demandantes de crédito em reais; o segundo, os investidores e captadores de ativos em dólares.
No mundo dos reais, o custo do crédito oscila entre 40% a 200% ao ano; no mundo dos dólares, a 5%, 8% ao ano. Nas aplicações, o mundo do real remunera a 8 a 15% ao ano; o dos dólares a 2%.
Essa é a causa da disfunção da política monetária brasileira, quando as taxas chegaram a patamares malucos de dois dígitos. Qualquer mexida na Selic tem efeito ínfimo sobre o crédito e a demanda interna; e efeitos avassaladores sobre o fluxo de dólares.
Suponha um bem de R$ 1.000,00, financiado por 24 meses a taxas de 4% ao mês. O valor da prestação será de R$ 65,59 mensais. Com mais 0,25% de custo de captação, esse valor subirá para R$ 65,73 mensais. Desestimulará algum financiamento? É evidente que não.
Na outra ponta, 0,25% – mesmo em cima de uma maluquice de 12% ao ano – é um estímulo a mais para a entrada de dólares. Não apenas isso. Mesmo sendo menos do que o mercado fingiu que seria, é sinal de que o Banco Central não pretende deter a apreciação do real. É gasolina na fogueira da especulação com o real.
Esta semana estive com um conhecido, grande investidor.
Ele recebeu uma oferta do Credit Suisse para uma aplicação em dólares. Funciona assim:
1. Se o dólar continuar caindo ele ganha até 23% ao ano. O que passar disso é ganho do Credit Suisse.
2. Se o dólar se valorizar, o banco garante ao menos 6% de remuneração nominal para sua aplicação.
Na conta dos vendedores do banco, a aposta é que o dólar chegue a R$ 1,32 este ano.
Sabe o que significa?
1. O sujeito aplica US$ 1 milhão. Pelo dólar a R$ 1,56, converte em R$ 1.560.000,00
2. Aplica na Selic a 12,5%.  Em um ano, o investimento sobe para R$ 1.755.000,00.
3. Daqui um ano, se o dólar estiver de fato em R$ 1,32, ele converterá o saldo em US$ 1.329.545. O ganho será de 33% em um ano.
Não se trata de mero exercício matemático. Trata-se do raciocínio que está embalando todo o mercado a manter a aposta na apreciação do real.
O custo que o BC infringiu ao país com essa alta de 0,25 na Selic não é apenas o do impacto direto no custo da dívida. É a manutenção da fogueira acesa das apostas contra o câmbio, é a aceleração do desmonte das indústrias, o aumento do custo de ampliação das reservas cambiais.

A extranha frota de luxo da Rádio de Aécio Neves

Post extraído do Blog VIoMundo
Rádio de Aécio abriga “estranha” frota de carros de luxo, denuncia oposição
Além do Land Rover, a rádio de Aécio teria outros 11 caros, entre eles um Audi A6, denuncia oposição
O bloco de oposição a Aécio Neves na Assembléia de Minas Gerais (PMDB/PT/PCdoB/PRB), autodenominado Bloco Minas Sem Censura, acaba de denunciar “estranhos fatos” que seriam relacionados à Rádio Arco Íris, que pertence ao senador e sua família. Segundo o bloco, figuram em nome da rádio, que tem capital social declarado de R$ 200 mil, não apenas a Land Rover que Aécio dirigia quando foi pego numa blitz na madrugada de domingo no Rio. Há outros 11 veículos, entre eles alguns de alto padrão, como um Audi A6, outra Land Rover e duas camionetes (uma Toyota Hilux SWR e uma MMC L200 Sport). “Trata-se de uma rádio de programação musical, voltada para o público jovem e adolescente, sem estrutura para atividade jornalística, o que torna estranho essa quantidade de veículos”, diz nota do bloco. “Empresas jornalísticas bem maiores que essa rádio não tem frota similar.” Abaixo, a lista dos carros que pertenceriam à Rádio Arco Íris, segundo a nota:
1) Toyota Fielder (station wagon)
2) Land Rover TDV8 Vogue
3) Toyota Hilux SWR SRV 4X4
4) Land Rover Discovery TD5
5) MMC L200 Sport 4X4 GLS
6) Audi A6
7) Fiat Strada Adventure Flex
8) Micro ônibus Fiat Ducato
9) Micro ônibus M Benz 312 B Sprinter M
10) Uno Mille fire
11) Gol Mil
12) Moto Honda CG 150 Titã

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Cidinha Campos (PDT)

A pressão pela alta da SELIC

Por Luis Nassif
Coluna Econômica
O ex-Ministro Antônio Delfim Netto sempre foi um sábio cético, conhecedor profundo dos meandros da economia e da cabeça de políticos, empresários e economistas.
Na presidência do Conselho de Economia da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), convidou diversos "cabeças de planilha" para integrar o órgão e abriu amplo espaço para suas apresentações. A intenção era uma discussão aberta que permitisse diluir os chavões do pensamento de merado.
Nas últimas semanas, parece ter caído a ficha do velho mago. Não existe a chamada teoria econômica científica, neutra. Primeiro, definem-se os interesses de grupos. Depois, adota-se a teoria que melhor atendam a esses interesses.
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É o caso agora da pressão pelo aumento de juros.
Há dois enormes desafios pela frente, frutos da conjuntura internacional e da interna.
Internacionalmente, um enorme aumento da liquidez internacional – consequência da decisão norte-americana de inundar o mercado de dólares, que provocou dois movimentos simultâneos. De um lado, um choque de preços das principais commodities internacionais, com reflexos sobre a inflação mundial – e a brasileira. De outro, uma invasão de dólares especulativos, provocando apreciação perigosa do real.
Quanto mais aumenta o diferencial de juros, maior a valorização do real, com todas as consequências conhecidas: destruição gradativa do parque industrial brasileiro, aumento do rombo nas contas externas, necessidade de ampliação dos custos financeiros de carregamento de reservas cambiais etc.
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O aumento de juros tem uma função única: reduzir a demanda interna.
Há outras maneiras de se atuar sobre a demanda, redução de prazos de financiamento, cobrança de IOF sobre crédito, aumento no compulsório, enfim um conjunto de medidas – denominadas de "prudenciais"- que reduzem a atividade econômica, sem pressionar o câmbio.
Há um porém. Quando aumentam os juros, há ganhadores – os investidores em renda fixa e, mais que isso, o capital externo que ganha com juros e com a apreciação cambial. É isso o que define o tom das críticas
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Há sinais claros de queda da atividade econômica.
Os principais focos de alta de preços até agora – alimentos – deverão entrar em franca desaceleração com a nova safra. No momento, os índices anualizados de inflação devem-se exclusivamente a efeitos sazonais.
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Por exemplo, os preços agrícolas no IPA (Índice de Preços no Atacado) subiram 18,7% apenas entre agosto e novembro do ano passado. De janeiro a abril, vieram se somar mais 7,3%.
À medida que da contagem do acumulado de 12 meses os meses do segundo semestre do ano passado forem sendo substituídos por índices menores nos mesmos meses de 2011, cairá o IPA agrícola e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado).
Se a inflação média de alimentos no atacado se fixar em 0,18% de maio em diante, a inflação anual de alimentos cairá dos 28,24% do ano passado para 8,83% este ano.
É uma questão de meses para começar a haver a redução da inflação acumulada do IPCA. Mas, enquanto não vem, há o jogo pesado para aumentar os juros. 

FHC desafia Lula: bebeu ou surtou de vez?

Por Altamiro Borges

Deu na coluna de Mônica Bergamo, na Folha de ontem (16):

Terceiro round

Fernando Henrique Cardoso volta a disparar. Em entrevista ao jornalista Alexandre Machado em seu programa "Começando o Dia", que estreia na rádio Cultura FM, na segunda, desafia Lula para disputar uma eleição contra ele. Diz que o petista, "lá de Londres, refestelado em sua vocação nova [de palestrante]", se "dá o direito de gozar" de FHC. "Ele se esquece que eu o derrotei duas vezes. Quem sabe ele queira uma terceira. Eu topo."


*****

FHC precisa ser internado rapidamente. Ele constrange até os caciques da oposição demotucana, preocupados com a corrosão das suas bases eleitorais. Ninguém aguenta mais as suas maluquices, a não ser alguns "calunistas" da mídia, como o capacho Augusto Nunes, da revita Veja, que ainda continua rotulando as bravatas do ex-presidente de "esplêndidas".

Depois de confessar seu total desprezo pelo povo [“Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os ‘movimentos sociais’ e o ‘povão’, isto é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos”, escreveu o príncipe da Sorbonne], FHC resolveu desafiar Lula para uma terceira disputa à presidência da República. Ele está louco!

A inveja é uma merda

Enciumado com as palestras do "peão" - ele se acha, pensa que é único pensador vivo do planeta, um representante de Deus na Terra ou o próprio Deus -, FHC perdeu a noção do ridículo. Ele deixou a presidência com apenas 26% de popularidade. Já Lula deixou o cargo com 87% de aprovação. 

FHC não conseguiu eleger o seu sucessor - o "vâmpiro" Serra e, depois, o "picolé de chuchu" Alckmin - e teria dificuldade até para ser candidato a síndico de prédio (kkkkkkkkkkkkkkk- por minha conta). Nas três últimas campanhas, os demotucanos preferiram escondê-lo no armário. O ex-presidente seria vaiado numa rua do Sapobempa ou numa cidade do Nordeste. A sua rejeição era - e continua - enorme!

Mesmo assim, FHC diz que "topa" uma terceira disputa com Lula. É a prova cabal de que a oposição de direita está realmente perdida no país. Serra não conta nem com uma casinha de cachorro do Palácio dos Bandeirantes, vítima da "vingança maligna" de Alckmin. Aécio é detido por uma blitz policial. Seria até divertido se a múmia do FHC fosse ressuscitada!

domingo, 17 de abril de 2011

Comentários sobre a apreensão da habilitação de Aécio Neves e a sua recusa de realizar o teste do bafômetro:

Por Brizola Neto
"pessoalmente, não vou crucificar Aécio por isso, porque não se faz aqui o tipo de exploração que todos sabem que Serra fez contra ele na disputa do posto de candidato do PSDB.
Vou me restringir a uma observação, de sentido exclusivamente político.
É a de que, do ponto de vista do marketing de Aécio como novo líder da oposição, foi um grave desastre.
Pegou bem na tal imagem junto à classe média que Fernando Henrique mandou cultivar.
Aécio vai para a muda, com sua estratégia do bom-mocismo.
E a oposição vai ter de ressuscitar o Serra.
Que, moralmente, tem transgressões muito mais graves que dirigir com a carteira vencida e evitar o bafômetro."
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Por Paulo Henrique Amorim
"Quer dizer que tem toma cachaça é o Lula, hein ?
E se o Nunca Dantes se recusasse a fazer o teste do bafômetro, hein, amigo navegante ?
E na madrugada do Rio, no Leblon, onde só as paróquias ficam abertas ?
Aécio, bye bye 2014 !
Vem aí o Padim Pade Cerra com o aborto (no Chile pode), o Papa e a Chevron !
E o Brasil não vai ter aeroporto nem estádio para fazer a Copa !
Vamos que vamos !
Sem o povão !
O pobre ? Que exploda !
Quem manda não ter Land Rover ?"
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Agora vou deixar um espaço ai embaixo em branco para postar o comentário do ARNALDO JABOR amanha no Jornal da Globo. Será que ele vai se pronunciar?


Desculpem, mas Arnaldo Jabor preferiu se omitir ao caso Aécio e, mais uma vez, atacar Lula que nem presidente é mais e pela "milhonezima" vez defender a privatização de todas as estatais brasileiras.


Então, ao invés de colocar o vídeo, resolvi publicar uma foto que mostra o lucro que a Vale (privatizada) deixa ao Brasil.


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