sábado, 24 de setembro de 2011

Quando os banqueiros ouvem Karl Marx






Por Antonio Martins


Na aparência, tudo não passa de um completo nonsense. Aos 61 anos, o economista britânico George Magnus é uma das vozes ouvidas no escalão mais alto do sistema financeiro internacional. Desde 1997, aconselha (primeiro, como economista-chefe; hoje, como consultor senior) o UBS, o maior banco suíço e o segundo maior do mundo na administração de fortunas milionárias (com ativos de cerca de 2,5 trilhões de dólares). Este homem está dizendo a seus insignes clientes que ouçam, para salvar a economia da crise… Karl Marx.



Magnus não se refere, é claro, ao Marx político, que propunha a derrocada da burguesia por meio da revolução proletária. O que ele realça é a precisão teórica das análises marxianas sobre a natureza das crises do capitalismo. Demonstrando conhecer a obra do filósofo alemão, sustenta: por trás das turbulências que continuam sacudindo os mercados financeiros, há uma clássica crise de superprodução. A concentração de riquezas foi tão aguda, nas mais de duas décadas de hegemonia neoliberal, que se reproduziu o velho mecanismo descrito por Marx: já não há consumidores capazes de adquirir as mercadorias e serviços socialmente produzidos.

Mais que o diagnóstico, porém, importam as propostas do consultor senior do UBS sobre os caminhos para sair da crise. Sempre apoiando-se nas análises marxistas, Magnus sustenta: num cenário como o atual, o caminho adotado pelas elites econômicas, em praticamente todo o mundo, levará ao abismo. Não se trata de cortar gastos, nem de praticar a “austeridade fiscal”. Os Estados precisam intervir na economia — inclusive adotando medidas normalmente condenadas pela ortodoxia. Ampliar o poder de compra dos trabalhadores. Desencadear obras capazes de reduzir o desemprego. Reduzir a dívida de setores da população (como os que hipotecaram suas casas) e de países (como a Grécia) que se enrascaram nas armadilhas de crédito abertas até 2008. Aceitar taxas mais altas de inflação.

É um sopro provocador de reflexão, num momento em que os economistas de mercado e a mídia tentam tirar do baú a mesma ortodoxia que provocou a crise (observe sua pregação contra a queda das taxas de juros, ou o bombardeio contra a volta de um imposto sobre transações financeiras, para financiar a Saúde). Assim como o recente artigo, de Warren Buffet — o multibilionário norte-americano que pede impostos sobre as grandes fortunas — o texto de Magnus lembra que, em tempos de crise, o maior risco está em seguir mecanicamente o pensamento convencional.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Para onde caminha o setor financeiro


Por Luis Nassif
Ontem participei da palestra da Semana Secovi (Sindicato das Empresas de Construção Civil de São Paulo).  Junto com o presidente do banco Itaú, Roberto Setubal, o desafio foi prever para onde caminhará o setor financeiro nos próximos anos.
Historicamente, a mobilização do grande capital sempre foi fundamental para saltos ou tentativas de saltos na economia brasileira. O primeiro banqueiro a entender esse dinâmica foi o Barão de Mauá, no século 19. O país que aparentemente não dispunha de capitais, na verdade possuía uma enorme poupança ou empoçada nas casas das pessoas ou desviadas para a praça londrina – de onde retornavam de tempos em tempos na forma de capital externo.
p>Mobilizando essa poupança, o Barão logrou iniciar o processo de industrialização brasileiro.
No alvorecer da República a ambição pessoal desmedida de Rui Barbosa – primeiro Ministro da Fazenda de Deodoro – jogou fora a oportunidade de acelerar a industrialização brasileira através do mercado de capitais e do sistema bancário.
Mais tarde, nos anos 30, esse grande capital foi fundamental para acelerar a industrialização np período Vargas. Mas só após uma crise cambial que obrigou o governo brasileiro a restringir a livre movimentação de capitais. Sem espaço para ganhos especulativos fáceis, o capital caiu na economia real, indo capitalizar bancos comerciais e ajudando no processo de substituição de importações.
No pós-guerra, a capacidade de organizar a poupança interna sempre foi vista como fator essencial de progresso – das incursões de Nelson Rockefeller aos estudos de Albert Hirschman (que serviram de inspiração para o pensador brasileiro Ignácio Rangel).
Esse grande capital se formou, na maioria das vezes, através de jogadas no mercado de dívida pública e de dívida externa brasileiros. Informações privilegiadas, conhecimento das praças internacionais permitiram a financistas mais espertos acumular capital que, depois, ajudou na reciclagem da economia brasileira.
***
No pós-guerra, a ideia de desenvolvimento era entendida como de um movimento de equilíbrio, no qual todos os fatores nacionais deveriam se desenvolver simultaneamente. Incumbido pela ONU de estudar o modelo colombiano, Hirschman constatou que o país tinha grandes vulnerabilidades tornando impossível esse desenvolvimento equilibrado.
Sua recomendação foi a de eleger alguns setores com maior dinamismo, montar uma política econômica desequilibrada mesmo, que favorecesse a acumulação de capital e esses setores, depois, puxariam os demais com ele.
Essa tese foi inteiramente endossada por Rangel, que defendia a ideia de que faltava ao Brasil, para desenvolver-se, permitir ao setor financeiro ganhar musculatura, sem as restrições de políticas ortodoxas para enfrentar a inflação.
O fracasso do Plano Real, no campo do desenvolvimento, decorreu da importação pura e simples dos princípios de Hirschman por Fernando Henrique Cardoso. Julgava ele que o desenvolvimento viria meramente cobrindo de favores os novos bancos de investimento – através de política de câmbio e juros e privatização – e depois deixar o desenvolvimento por sua conta.

miopia de FHC - 1

Com seu conhecimento exclusivamente teórico de desenvolvimento, sem capacidade de analisar o mundo real, FHC não se deu conta de que o Brasil de 1994 não era a Colômbia dos anos 50. Possuía uma estrutura industrial potente, um legado de inovação e tecnologia, experiências com PMEs (pequenas e micro empresas), know how em políticas sociais e, principalmente, um mercado de consumo potencial extraordinário.

A miopia de FHC - 2

FHC cobriu o setor de favores, criou uma dívida pública monumental (a contrapartida dela foram os ativos que caíram no bolso dos rentistas), mas não gerou as condições na economia para que esse recursos viessem irrigar o desenvolvimento. Eles ficaram rodando em mercados especulativos ou na renda fixa, sem irrigar a reestruturação produtiva da economia brasileira. Acomodou-se no lucro fácil.

Os novos tempos

Quase vinte anos depois, tem-se um mercado de capitais maduro, novas formas de investimento e crédito, um sistema bancário sólido, embora ainda cobrando taxas exorbitantes e um mercado de consumo de massa. Tem-se ainda grandes gargalos ajudando na aplicação desses recursos, já que gargalos são demandas não atendidas. Tem-se todos os elementos para, finalmente, trazer o grande capital para o esforço de desenvolvimento.

Roubini: Grécia precisar abandonar o euro e Portugal também


Do Opera Mundi
O economista Nouriel Roubini defendeu em artigo publicado nesta segunda-feira (19/09) no Financial Times que Grécia e Portugal abandonem o euro. Ele criticou o plano de austeridade imposto pela União Europeia e pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) e sugeriu uma reestruturação da dívida grega.
"A Grécia está presa num ciclo vicioso de insolvência, fraca competitividade e uma depressão cada vez mais profunda", escreveu o economista, alertando que a dívida pública grega está a perto de atingir os 200% do PIB (Produto Interno Bruto).
Roubini, que ficou conhecido por antecipar a crise financeira de 2008 dos EUA, disse que para evitar o colapso, "a Grécia tem de avançar já para um ‘default' ordenado, sair voluntariamente do euro e regressar ao dracma [antiga moeda grega]". Isto porque uma forte depreciação da moeda nacional "restauraria rapidamente a competitividade e o crescimento" do país, tal como aconteceu na Argentina, recomenda Roubini.
O economista reconheceu, contudo, que o processo de saída da Grécia da zona euro seria "doloroso", provocando, por exemplo, grandes perdas aos bancos da zona euro, que seriam superadas caso as instituições sejam realmente "agressivamente recapitalizadas".
O professor da Universidade de Nova York disse ainda que o recente acordo de troca de títulos de dívida que a Europa ofereceu à Grécia é um "roubo", fornecendo muito menos alívio à dívida da Grécia do que o país precisava", aconselhando Atenas a rejeitar o acordo e a renegociar outro que seja melhor.
Em todo o caso, frisa Roubini, mesmo que fosse dado um alívio significativo à dívida grega, o país não seria capaz de voltar ao crescimento, a menos que a competitividade seja rapidamente restaurada. "Sem um regresso ao crescimento, as dívidas vão permanecer insustentáveis", alerta.
No artigo, Roubini afirmou que "outros países periféricos têm problemas de sustentabilidade de dívida e de competitividade do estilo grego", defendendo que "Portugal, por exemplo, pode eventualmente ter que reestruturar a sua dívida e sair do euro".
Quanto à Itália e Espanha, Roubini afirmou que são duas economias "potencialmente solventes", mas que irão necessitar de financiamento da Europa, independente da Grécia sair ou não do euro."Que não haja enganos: uma saída ordeira do euro vai ser difícil, mas assistir à lenta implosão desordeira da economia e da sociedade grega vai ser muito pior", concluiu.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A cura pelo sangramento



Por Paul Krugman


Os médicos chegaram a acreditar que pela retirada do sangue dos pacientes poderiam purgar os “humores” diabólicos que, pensavam eles, eram causadores das doenças. Na realidade, é claro, tudo o que o sangramento fazia era tornar o paciente mais fraco e com maior chance de sucumbir.
Felizmente, os médicos já não acreditam que sangrar os doentes vai torná-los saudáveis. Infelizmente, muitos dos que fazem a política econômica ainda acreditam. E o sangramento econômico não está apenas inflingindo vastas dores; está começando a solapar nossas perspectivas econômicas de longo prazo.
Algumas informações: no último ano e meio, o discurso político, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, tem sido dominado por pedidos de austeridade fiscal. Ao cortar os gastos e reduzir os déficits, nos disseram, as nações poderiam restaurar a confiança e promover o renascimento econômico.
E a austeridade tem sido real. Na Europa, nações com problemas como a Grécia e a Irlanda, impuseram cortes selvagens, enquanto nações mais fortes impuseram programas mais suaves de austeridade. Nos Estados Unidos, o modesto estímulo federal de 2009 se extinguiu, enquanto governos estaduais e locais cortaram seus orçamentos, de forma que no conjunto tivemos de fato um movimento em direção à austeridade não muito diferente do da Europa.
O estranho, no entanto, é que a confiança na economia não aumentou. De tal forma que empresas e consumidores parecem muito mais preocupados com a falta de clientes e de empregos, respectivamente, do que se sentem seguros com o rigor fiscal de seus governos. E o crescimento parece que se afoga, enquanto o desemprego permanece desastrosamente alto dos dois lados do Atlântico.
Mas, dizem os apologistas dos resultados ruins obtidos até agora, não deveríamos focar no longo prazo em vez do curto prazo? Na verdade, não: a economia precisa de ajuda real agora, não de recompensas hipotéticas dentro de uma década. De qualquer forma, dados começam a emergir sugerindo que os problemas de “curto prazo”  da economia — agora em seu quarto ano e tornados piores pelo foco em austeridade — estão custando também às perspectivas de longo prazo.
Considerem, em particular, o que está acontecendo com a base manufatureira dos Estados Unidos. Em tempos normais, a capacidade industrial cresce de 2 a 3 por cento todo ano. Mas, diante de uma economia persistentemente fraca, a indústria tem reduzido, não aumentado, sua capacidade de produção. Agora, de acordo com estimativas do Banco Central [dos Estados Unidos], a capacidade está quase 5 por cento menor do que era em dezembro de 2007.
O que isso significa é que, quando a economia real finalmente se recuperar, vai enfrentar falta de capacidade e gargalos de produção muito mais cedo do que deveria. Ou seja, a economia fraca, que é parcialmente resultante dos cortes no orçamento, está causando danos futuros, além dos presentes.
Além disso, o declínio na capacidade de produção é apenas a primeira das más notícias. Cortes similares vão provavelmente acontecer no setor de serviços — na verdade, já podem estar em andamento. E com o desemprego de longo prazo em seu ponto mais alto desde a Grande Depressão, existe o risco real de que os desempregados vão ser considerados como não-empregáveis.
Ah, e o forte dos cortes em gastos públicos está sendo feito na educação. De alguma forma, demitir centenas de milhares de professores não parece ser uma boa forma de garantir o futuro.
Na verdade, quando você combina os crescentes indícios de que a austeridade fiscal está reduzindo nossas perspectivas de futuro, com as taxas de juro bem baixas nos papéis da dívida dos Estados Unidos, é difícil evitar uma conclusão surpreendente: a austeridade pode ser contraproducente mesmo do ponto-de-vista puramente fiscal, já que crescimento menor no futuro significa menor arrecadação.
O que deveria estar acontecendo? A resposta é que precisamos de um grande empurrão para fazer a economia se mover, não em uma data futura, mas agora. No presente, precisamos de mais, não de menos gastos governamentais, apoiados por políticas agressivamente expansivas do Banco Central e de suas contrapartes fora dos Estados Unidos. E não são apenas economistas teimosos que estão dizendo isso; empresários como Eric Schmidt, do Google, estão dizendo a mesma coisa, e o mercado de ações, ao comprar dívida dos Estados Unidos a juros tão baixos, está para todos os efeitos pedindo uma política mais expansiva [do Banco Central].
Para ser justo, alguns formuladores da política parecem entender isso. O novo plano de emprego do presidente Obama é um passo no caminho certo, enquanto alguns membros do Banco Central americano e do Banco da Inglaterra — mas, infelizmente, não do Banco Central Europeu — têm sugerido políticas muito mais orientadas para o crescimento.
No entanto, realmente precisamos é convencer um número substancial de pessoas com poder político e influência de que elas gastaram o último ano e meio seguindo na direção errada, e que elas precisam fazer um giro de 180 graus.
Não vai ser fácil. Mas, até que se faça o giro, o sangramento — que está tornando nossa economia mais fraca agora, colocando o futuro, ao mesmo tempo, em risco — vai continuar.

A apelação a compaixão, a intolerância evidenciada pela senilidade e o pseudomoralismo



==================================================================


A execração pública dessa senhora é condenável. Mas mesmo com sinais de senilidade - e suponhamos que de fato seja o caso - a confusão mental causada por esse processo patológico trás a tona toda uma cultura e visão social, entre outras, acumulada por toda a vida. 
Essa senhora, com certeza, teve uma vida inteira de posse das suas faculdades mental e física pra acumular um patrimônio material, ou não, que a colocasse numa condição social ao qual, nem de longe, precisaria se submeter a ficar numa calçada sentada pedindo esmolas. 
Ele, como se vê no vídeo, nunca teve uma condição física plena como a maioria de nós, ou seja, nasceu com a deficiência. 
Ela, ao contrário dele, não sobrevive com R$545,00/ mês, o que eu posso afirmar com a mais absoluta certeza mesmo correndo o risco - o que é muito pouco provável - das aparências me enganarem. 
Ele provavelmente deva ter uma cadeira de rodas sim. Mas na guerra, sobrevivemos e lutamos com as armas que temos, e a ele, pouco resta senão a compaixão alheia.
Experimenta nascer numa família humilde, miserável, ao lado de um córrego podre, passar fome, e ainda por cima deficiente físico.  
É lamentável que um ser humano tenha que se sujeitar a tais condições humilhantes e deploráveis, mas o faz - e não tenho dúvidas - por falta de opção.
Agora execrar, expor e condenar de forma prematura essa idosa, como fizeram os senhores jornalistas, é um crime muito mais grave que o que ela supostamente tenha cometido.

Desindustrialização antes do controle de tecnologias estratégicas


Do Congresso Nacional de Economia
Por ocasião da comemoração dos 60 anos de regulamentação da profissão, os Conselhos de Economia, como instância de representação múltipla da Categoria, visando esclarecer e promover uma reflexão sobre o assunto central do Congresso, vêm manifestar-se à opinião pública a respeito do debate recente sobre desindustrialização no Brasil.
Os critérios e as circunstâncias com base nos quais se caracteriza o que é em geral entendido como desindustrialização são diversos. O processo não é novo na História Econômica, mas, de modo geral, pode ocorrer em países que já alcançaram um alto grau de desenvolvimento. Sua caracterização vai desde a redução do nível e da capacidade de produção em termos absolutos até à perda de participação relativa da atividade industrial na geração de renda.
Desindustrialização também pode ser entendida como redução da abrangência e da complementaridade dos setores industriais entre si e com o restante da economia. Assim, a inexistência ou fragmentação das cadeias produtivas pode ser vista como uma limitação ao ciclo da industrialização e como uma restrição à alavancagem do desenvolvimento consistente.
Numa perspectiva de longo prazo, o Brasil não pode continuar com o atual processo de aumento da dependência da importação de produtos industrializados. A atual substituição da produção interna por produtos importados ocorre antes que o país tenha alcançado o domínio dos processos tecnológicos estratégicos para assegurar a sustentabilidade de seu desenvolvimento soberano.
A questão se reveste de mais riscos ainda quando à situação antes descrita se associa uma recomposição das pautas de exportação, dependentes, crescentemente, da demanda internacional por produtos primários e de modesto valor agregado. Como é sabido, estes produtos são mais facilmente substituíveis, têm baixo conteúdo tecnológico e  as cotações são muito mais voláteis. Esta crescente especialização do padrão de exportação é a chamada reprimarização.
Este é, presentemente, um dos grandes desafios da economia brasileira, ainda mais nas circunstâncias em que o binômio câmbio sobrevalorizado e juros elevadíssimos está fortemente associado, e pesadas resistências e interesses internos se opõem à desativação dessa armadilha, cujos efeitos a médio prazo podem ser devastadores para o projeto nacional de desenvolvimento autônomo, continuado e vigoroso, capaz de tornar o Brasil emergente, enfim, no País do presente.
No entanto, o problema da desindustrialização não se restringe à natureza das políticas macroeconômicas. A questão central é a escolha de estratégias de desenvolvimento que impliquem mudanças estruturais efetivas, inclusive quanto ao deslocamento da fronteira de produção. A simples correção do câmbio real e do juro real não impede, necessariamente, o redirecionamento dos investimentos na direção da “linha de menor resistência” que, no caso brasileiro, é na direção da produção de bens intensivos em recursos naturais.
A correção da gestão macroeconômica deve vir acompanhada de políticas estruturantes de novo padrão de acumulação e alocação de recursos. Os objetivos são impedir o viés na direção da especialização em produtos intensivos em recursos naturais e promover o deslocamento mais equilibrado e abrangente da fronteira de produção. Somente estruturas de produção mais abrangentes, robustas e competitivas permitem a melhora permanente de renda, consumo e distribuição, ou seja, o desenvolvimento econômico no longo prazo.
Nesta perspectiva, cabe considerar que os desafios das medidas macroeconômicas não sejam restritivos à sustentabilidade do desenvolvimento econômico.