segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A apelação a compaixão, a intolerância evidenciada pela senilidade e o pseudomoralismo



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A execração pública dessa senhora é condenável. Mas mesmo com sinais de senilidade - e suponhamos que de fato seja o caso - a confusão mental causada por esse processo patológico trás a tona toda uma cultura e visão social, entre outras, acumulada por toda a vida. 
Essa senhora, com certeza, teve uma vida inteira de posse das suas faculdades mental e física pra acumular um patrimônio material, ou não, que a colocasse numa condição social ao qual, nem de longe, precisaria se submeter a ficar numa calçada sentada pedindo esmolas. 
Ele, como se vê no vídeo, nunca teve uma condição física plena como a maioria de nós, ou seja, nasceu com a deficiência. 
Ela, ao contrário dele, não sobrevive com R$545,00/ mês, o que eu posso afirmar com a mais absoluta certeza mesmo correndo o risco - o que é muito pouco provável - das aparências me enganarem. 
Ele provavelmente deva ter uma cadeira de rodas sim. Mas na guerra, sobrevivemos e lutamos com as armas que temos, e a ele, pouco resta senão a compaixão alheia.
Experimenta nascer numa família humilde, miserável, ao lado de um córrego podre, passar fome, e ainda por cima deficiente físico.  
É lamentável que um ser humano tenha que se sujeitar a tais condições humilhantes e deploráveis, mas o faz - e não tenho dúvidas - por falta de opção.
Agora execrar, expor e condenar de forma prematura essa idosa, como fizeram os senhores jornalistas, é um crime muito mais grave que o que ela supostamente tenha cometido.

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