terça-feira, 20 de setembro de 2011

Roubini: Grécia precisar abandonar o euro e Portugal também


Do Opera Mundi
O economista Nouriel Roubini defendeu em artigo publicado nesta segunda-feira (19/09) no Financial Times que Grécia e Portugal abandonem o euro. Ele criticou o plano de austeridade imposto pela União Europeia e pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) e sugeriu uma reestruturação da dívida grega.
"A Grécia está presa num ciclo vicioso de insolvência, fraca competitividade e uma depressão cada vez mais profunda", escreveu o economista, alertando que a dívida pública grega está a perto de atingir os 200% do PIB (Produto Interno Bruto).
Roubini, que ficou conhecido por antecipar a crise financeira de 2008 dos EUA, disse que para evitar o colapso, "a Grécia tem de avançar já para um ‘default' ordenado, sair voluntariamente do euro e regressar ao dracma [antiga moeda grega]". Isto porque uma forte depreciação da moeda nacional "restauraria rapidamente a competitividade e o crescimento" do país, tal como aconteceu na Argentina, recomenda Roubini.
O economista reconheceu, contudo, que o processo de saída da Grécia da zona euro seria "doloroso", provocando, por exemplo, grandes perdas aos bancos da zona euro, que seriam superadas caso as instituições sejam realmente "agressivamente recapitalizadas".
O professor da Universidade de Nova York disse ainda que o recente acordo de troca de títulos de dívida que a Europa ofereceu à Grécia é um "roubo", fornecendo muito menos alívio à dívida da Grécia do que o país precisava", aconselhando Atenas a rejeitar o acordo e a renegociar outro que seja melhor.
Em todo o caso, frisa Roubini, mesmo que fosse dado um alívio significativo à dívida grega, o país não seria capaz de voltar ao crescimento, a menos que a competitividade seja rapidamente restaurada. "Sem um regresso ao crescimento, as dívidas vão permanecer insustentáveis", alerta.
No artigo, Roubini afirmou que "outros países periféricos têm problemas de sustentabilidade de dívida e de competitividade do estilo grego", defendendo que "Portugal, por exemplo, pode eventualmente ter que reestruturar a sua dívida e sair do euro".
Quanto à Itália e Espanha, Roubini afirmou que são duas economias "potencialmente solventes", mas que irão necessitar de financiamento da Europa, independente da Grécia sair ou não do euro."Que não haja enganos: uma saída ordeira do euro vai ser difícil, mas assistir à lenta implosão desordeira da economia e da sociedade grega vai ser muito pior", concluiu.

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