sábado, 2 de julho de 2011

Elitismo revestido de “meritocracia”

Do Tijolaço:
Obrigado a ficar andando de carro, hoje de manhã, ouvi a pancadaria que recebeu a UFRJ na rádio CBN por ter aderido ao ENEM como forma de seleção exclusiva para o ingresso na mais antigas e uma das mais prestigiosas universidades brasileiras.
Lucia Hippólito e o comentarista Sérgio Besserman Viana – ex-presidente do IBGE no Governo FHC, dirigente nacional do PSDB – disseram que isso era um “nivelamento por baixo”, algo como a destruição do mérito e da qualidade acadêmica, porque não se faria uma seleção “específica” para o nível e as pretensões de uma instituição do padrão da UFRJ.
Não, não é. E Sergio Bessermann é, pessoalmente, prova de que isso não é verdade, a não ser que não considere a si mesmo como exemplo de aluno que não merecia ter sido aprovado. Ele passou no vestibular da UFRJ no mesmo ano em que eu. Ambos sabemos que fomos selecionados num exame igualmente geral – o então Cesgranrio – que servia de porta de entrada  a quase todas as universidades e faculdades do Rio de Janeiro. Exatamente como é o Enem.
O único problema de Besserman com a UFRJ foi vocacional, não de qualidade intelectual, tanto que a deixou para fazer História e, depois, Economia na PUC.
O Cesgranrio tinha deficiências graves. Mas, no geral, passar para um “federal” não era então e não é hoje coisa que aconteça com quem está despreparado. Os pais de adolescentes – e eles, mais do que ninguém – sabem disso, perfeitamente.
Não é o caso de discutir se, do ponto de vista acadêmico, uma universidade pode ou deve ter seleções específicas. Esta é uma longa e profunda discussão. Mas, mesmo que considere assim, igualmente deve usar o Enem como pré-seleção, porque o gigantismo dos vestibulares das universidades públicas tornou-se um processo monstruoso de distorção, em vários aspectos.
Primeiro, das funções da Universidade. Preparar e realizar exames simultâneos para cem mil ou mais vestibulandos, com os requisitos de qualidade e segurança que isso impõe, na aplicação das provas e em sua correção acabou se tornando uma das principais preocupações da academia. E é caríssimo.
Daí, vem o segundo problema. O aluno que faz prova para a UFRJ, faz outra prova para a UFF (em Niterói), outra para a UERJ (estadual) e,  em certos cursos, também para a Unirio (federal) e a Universidade Federal Rural, em Seropédica.  Em outros casos, havia mais  um – o da Universidade Estadual Darcy Ribeiro, em Campos, que hoje também adota apenas o Enem. Para cada uma, uma taxa de inscrição. Em 2008, a inscrição da UFRJ custava R$ 95. Imagine o custo, para uma família de classe média baixa ou para um jovem trabalhador de fazer cinco inscrições para cinco vestibulares?Ou seis, em alguns casos?
Afora isso, o fato de realizar dois ou até três dias de provas para cada um dos cinco vestibulares públicos criava um período em absoluta indisponibilidade e stress para estes jovens. Se, por acaso, tivessem um emprego, era virtualmente impossível fazerem todas estas provas.
É evidente que a elevação do nível de nossas grandes universidades depende, e muito, da qualidade do ensino básico e do médio. Embora a política de cotas seja um correto remédio emergencial para as desigualdades, ela não resolve sozinha estes problemas e nem se deseja que seja eterna, pois que não se deseja a eternidade da desigualdade.
Mas nada justifica que, sob este argumento, seja mantido um sistema de seleção que é  caro, torturante e  elitista.Tanto que das universidades fluminenses – por decisão de seus conselhos acad~emicos e não do Governo – só a UFF não aderiu ainda à seleção apenas pelo Enem.
É uma atitude estranha que isso seja proposto, em nome da “excelência da UFRJ”, por alguém que chegou a ela por um exame geral como era o do Cesgranrio, como Sérgio Besserman.
Com vestibular específico ou com Enem, passar para a UFRJ continuará sendo uma façanha digna de aplauso, pela capacidade e pelo esforço, para qualquer jovem. Como o foi, naquele vestibular de 1977, para o então jovem e então esquerdista Sérgio BessermanViana.

A Líbia ainda existe e Gaddafi ainda persiste né "Mídia Brasileira"

TRÍPOLI/ MADRI (Reuters) - O líder líbio Muammar Gaddafi prometeu atacar "casas, escritórios e famílias" na Europa em retaliação aos ataques aéreos da OTAN em seu país. A secretária de Estado norte-americana Hilary Clinton retrucou dizendo que ele deve deixar o poder em vez de fazer ameaças.
Em uma transmissão via telefone para cerca de 100 mil simpatizantes na Praça Verde em Trípoli, Gaddafi pediu o fim dos bombardeios da OTAN ou caças líbios vão atacar a Europa "como um enxame de gafanhotos ou abelhas."
Gaddafi, que junto com seu filho e chefe de inteligência, enfrenta um mandado de prisão internacional por crimes contra a humanidade, prometeu lutar até o fim e classificou a operação da OTAN como uma agressão colonial destinada a controlar as riqueza de petróleo da Líbia.
"Recuem, vocês não têm chances de vencer esse povo corajoso," disse Gaddafi em pronunciamento na sexta-feira.
"Eles vão atacar suas casas, seus escritórios e suas famílias, que vão se tornar alvos militares da mesma forma que vocês transformaram nossos escritórios, nossas sedes, casas e crianças no que vocês consideram legítimos alvos militares," disse.
"Se nós decidirmos, podemos atacar a Europa como um enxame de gafanhotos ou abelhas. Portanto eu os aconselho a recuar, antes que tenham que enfrentar uma catástrofe."

A grande jogada de Abílio


Saiu na capa da revista IstoÉ  Dinheiro, especialista nessas questões:

“A grande jogada de Abílio”


Aí, Abiliô, novo porta-voz oficial do BNDES – que administra recursos do trabalhador brasileiro, através do FAT – declara:

“O BNDES fez (sic) um bom negócio, um serviço para toda a sociedade”.


Isso é que é espírito público !

A IstoÉ Dinheiro abre o jogo:

“Para não entregar o controle do Pão de Açúcar ao sócio francês Casino em 2012, o empresário (e porta-voz do BNDES – PHA) se alia ao arquirrival Carrefour e prepara (sic) uma fusão de R$ 65 bilhões”.


Um jenio !

Quem ?

O Abílio ?

Não, amigo navegante.

Jenio é o Coutinho !

A urubóloga que se tranquilize (ela agora cobre o caso Strauss-Khan , com informações inéditas !).

Ela diz que o Luciano Coutinho, presidente do BNDES que naufragou com a BrOi, tem a mania de “escolher os vencedores”, ou “pick the winners”, como se diz em língua que ela não domina com tanta facilidade.

O Coutinho escolhe os perdedores, urubóloga: o Pão de Açúcar, que quebrou e teve que ser salvo pelo Casino.

E o Carrefour que não ganha dinheiro na França faz muito tempo.

Seria a fusão de afogados, com dinheiro do trabalhador brasileiro.

Dizem no PiG (*), na capa do Estadão, por exemplo, que o Governo já desconfia que o Coutinho jogou a Presidenta numa fria.

Amigo navegante, agora se diz – na capa da Folha (**) – que o Coutinho vai financiar 90% (90% !!!, amigo navegante !) de estaleiro de Eike Batista.

Como se sabe, o Eike é aquele que empresta o jatinho ao Sergio Cabral e diz que não vê nenhum conflito ético nisso.

Amigo navegante, será que o Coutinho também gosta de jatinho ?

Amigo navegante, você conhece o significado da expressão “pouca vergonha” ? 


Paulo HenriqueAmorim

José Serra e seu "conselho político" vazio

Depois de ser derrotado, nas eleições do ano passado, para a Presidência da República, Jose Serra, hoje, presidi o Conselho Político do PSDB, e de lá, divulgou hoje, 8 mêses depois da derrota, a 1º carta oficial.


http://blogs.estadao.com.br/radar-politico/2011/07/01/em-carta-psdb-diz-que-incompetencia-e-autoritarismo-sao-as-marcas-do-governo-dilma/


O texto é bem típico de um candidato que, frente a uma provável derrota, recorre ao apelo sem limites, ou seja, um fiel retrato do recém candidato derrotado a presidência. Um texto vazio, rancoroso e, em alguns pontos, infundado.


Um trecho da carta diz que o governo Lula legou um "perverso tripé macroeconômico" que trava o desenvolvimento do país: Carga tributária alta, Juros altos e Câmbio megavalorizado.


Aqui, já que no começo da carta ele exaltou a gestão do ex-presidente tucano, cabe uma comparação desse tripé nos dois governos que ele mesmo faz questão de comparar.

Câmbio



Juros




Carga Tributária



Nunca fui muito fã de fazer essas comparações, compreendendo as situações distintas, mas, já que o ex-candidato fez questão.....


No mas, a credibilidade e a cumplicidade (ironia) dos seus companheiros de partido,s para com ele, são tão grandes que, em seguida, um dirigente do PSDB, fez questão de afirmar que a carta NÃO era um "texto conjunto" 

http://blogs.estadao.com.br/radar-politico/2011/07/01/documento-tucano-nao-e-texto-conjunto-diz-dirigente-do-psdb/

Alguns comentários pertinentes:

Brizola Neto:

"O mais irônico é que o que ele critica no Governo Lula são as políticas do tucanato que o ex-presidente não conseguiu reverter totalmente: juros altos, falta de investimento em infraestrutura e  as “imensas carências em Saneamento, Saúde e Educação”.
Serra é puro rancor. Tanto ódio que nem consegue raciocinar.
Só consegue evidenciar a todos o seu despeito por não estar na Presidência"
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Paulo Henrique Amorim:
"É um deserto de ideias. O patrimônio político dele continua ser o mesmo: a Chevron, o aborto (no Chile pode) e o Bispo de Guarulhos."

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Marcio Morais
Um texto oco, solitário e cheio de rancor.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

A matéria-vacina da Folha

Do Blog ViOMundo
por Luis Carlos da Silva
Manchete de capa do jornal Folha de S. Paulo, quinta-feira, 30 de junho: “Hacker violou e tenta vender e-mails de Dilma”.
Curioso, fui direto à matéria assinada pelos repórteres Matheus Leitão e Rubens Valente, de Brasília. Li, reli, revisei a leitura, comentei com pessoas próximas, porque não estava acreditando no que via no caderno “Poder” do jornal.
Não se tratava de matéria jornalística. Mas, de fato, “um passo a passo” talvez destinado a provar que nem o provedor UOL, nem a própria Folha estariam envolvidos em algum tipo de quebra de sigilo de e-mails da então candidata Dilma Rousseff.
Mas, quem os acusava de alguma coisa?
Até agora ninguém.
Contudo, o passo a passo — ou a matéria-vacina — agora estimula suspeitas. O texto tem um claro roteiro auto-imunizante.
Vejamos o inútil detalhamento da empreitada. A fonte (o hacker) encontrou-se com a Folha em uma cidade satélite, “num shopping, a 20 Km de Brasília”. Ele mora lá. Tem 21 anos, está desempregado, será pai em breve. Tentou vender (“por preocupação”) o conteúdo dos e-mails para a Folha, mas “A Folha não paga pelas informações que publica e recusou a proposta”. Nossa, que retidão moral! A Folha viu, “de relance”, alguns e-mails, numa lan house e não lhe foi permitdo fotografar ou filmar o conteúdo que, por sua vez, estava num disco rígido externo. Antes, ele tentou vender o tal conteúdo a políticos do DEM e do PSDB, mas não teve sucesso. Puro bla,bla, blá.
Ah, até José Dirceu entra na estória, para dar mais credibilidade à matéria-vacina. E o que é mais engraçado: para dar credibilidade ao provedor UOL. Mesmo informado, (por terceiros) do conteúdo de e-mails seus na época da campanha e ainda ter dito que seu e-mail fora invadido nessa segunda (dia do “encontro” do hacker com a Folha), Zé Dirceu continua cliente UOL! Uau! Isso é que é atestado de confiança.
Falando sério:
1. A matéria é assinada por dois jornalistas, mas é a “Folha” o sujeito da ação em todo o texto. Ou seja, mesmo tendo conhecimento de um criminoso confesso, a “Folha” vai preservá-lo, sob o pretexto de sigilo de fonte. Tal instituto, defensável para outros casos, faz do jornal um protetor de um meliante. Logo ela que é exímia delatora de sigilos de seus adversários partidários, nomes de terceiros e cifras de conhecimento restrito.
2. Porém, depois de tantas curvas é dada uma bela derrapada, em relação ao provedor UOL. O UOL não é empresa de comunicação. Não tem a prerrogativa jurídica do sigilo de fonte. Simples medidas judiciais fazem com que provedores identifiquem os IPs e rotas atípicas de transmissões pela internet. Principalmente em períodos determinados.
3. Eu acho até que é esse tal hacker poderia (ah, o salvador futuro do pretérito) ter sido inventado como forma de eximir a Folha e o UOL de uma suposta (ah, salvador adjetivo) quebra de sigilo da então candidata Dilma. Seguramente, o tal computador pessoal da então candidata à presidência pode revelar se houve ou não intrusão. E se não houve?
Presidente do PT, deputado Rui Falcão, não seria um relevante serviço prestado ao país, acionar os órgãos competentes para rastrear o passo a passo da pseudo matéria?
PS.: ao final, uma matéria tão irrelevante, já que reitera apenas que e-mails são vulneráveis e não traz nada de comprometedor no conteúdo das mensagens vistas de “relance”, mereceu manchete de capa. Falta de assunto não é. Ou será a vulnerabilidade do UOL? Estranho. Muito estranho.

Isso é extremamente GRAVE

Do Tijolaço:

"Hacker" da Folha é um tiro no pé

Folha publica hoje que um “hacker” invadiu o computador pessoal da então candidata à Presidência da República e o do ex-ministro José Dirceu, e tentou vender dados sobre a correpondência de cada um deles ao PSDB e ao PFL.
Historinha mal-contada.
O tal hacker não invadiu o computador de ambos, mas os do UOL, pertencente à empresa que edita a Folha, onde estavam armazenadas as mensagens. Aliás, nem a matéria o nega.
No caso do ministro Dirceu, o “sofisticadíssimo” método de invasão foi dar um telefonema para o UOL e, dizendo ter perdido a senha, conseguir outra que permitiu o acesso à caixa postal.
Qualquer sistema be-a-bá de caixa postal não fornece isso, a não ser para outro e-mail registrado na abertura da conta.
Eu, se tivesse uma conta de e-mail no provedor UOL, a encerraria hoje mesmo.
A matéria bem que poderia ter um título do tipo “UOL permite violação da privacidade de seus clientes”.
Mas aquilo que é mais grave é que a Folha se tornou cúmplice da violação, ao divulgar conteúdo de natureza pessoal e privada, sem nenhuma questão que envolvesse o interesse público.
Diz que o “hacker” pediu dinheiro ao PSDB e ao DEM, e não diz a quem foi pedido. Nem sequer registra que ele se negou a dar nomes.
A matéria não é uma reportagem, é uma confissão.
E ainda tem um projeto determinando que os provedores guardem os dados de acesso e conteúdo de seus usuários, vejam só…
Depois da ficha falsa de Dilma, ficamos sabendo agora que a Folha acha “normal” violar dados de caixas postais do servidor que pertence a ela mesma…

Os" irmãos cara-de-pau": Dólar e Juros.

Por Fernando Brito:



O dólar fechou hoje na mínima cotação desde antes da crise mundial de 2008; R$ 1,562.
Sinal de que o capital estrangeiro continua entrando a rodo na economia.
Na Folha, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel,  que o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) não foi suficiente para reduzir o fluxo de capitais ao Brasil.
Segundo ele, “o sinal amarelo está aceso” e será preciso tomar medidas adicionais.
“Pimentel disse que o capital continua a entrar no Brasil, ainda que de forma camuflada. Além das medidas no curto prazo, ele defendeu que, no longo prazo, só há uma forma de desestimular a entrada de recursos financeiros no país: reduzir a taxa básica de juros.
“Temos juros incompatíveis com os fundamentos da economia. A economia brasileira é sólida o suficiente para reduzir os juros”, disse o ministro.
O ministro está certíssimo. Como passarinho quer alpiste, capital internacional ( e nacional, dos bancos e empresas que tomam dinheiro lá fora) quer lucro rápido no que chamam de  “arbitragem”: pegar dinheiro lá fora a 2% ou menos e aplicar aqui nas nossas taxas estratosféricas, elevadas ao espaço sideral em nome do combate à inflação.
Quem paga a diferença – nisso, não há dúvida, embora não haja ninguém na grande mídia vociferando com este mau negócio – é, aí sim, o dinheiro público, do Tesouro, que tem de “enxugar” a liquidez de moeda provocada pela conversão em moeda brasileira da “enxurrada” de dólares entrantes. E, para isso, tem de vender títulos. E títulos, claro, pagando o “taxão” fixado lá em cima.

O Brasil que o Brasil não vê.

Por Pimon:
Um comentário pertinente: Ontem à noite na USP, pessoas desinformadas pela nossa mídia, afirmavam que o governo estava dando (doando mesmo!) dinheiro público para o Abílio Diniz.
Se estudantes universitários da USP estão tão desinformados, imaginem o estrago  que os "jornalistas especializados" estão provocando na compreensão da maioria dos cidadãos.
Não há Democracia sem uma Comunicação Social livre, isenta e fidedigna.
Desculpe, não anotei a placa.. o login.
O porteiro aqui da rua tava chateado com o LULA!
Ele DEU dinheiro pro FMI!
-Deu?
- É, seu JMP, deu, tá nos jornais!
- Deu não, aquilo é empréstimo e dos bons, melhor que aplicar nos EUA!
- Mas os jornais...
- Jornais?
Temos é uma patota que se vende por 10 mil reais por notícia!
Alguns, por menos.
- Pô, mas como eu vou saber da verdade?
- Nunca, uai!!!!!
Cuida do teu dia-a dia e compra um PC e lê Reuters, BBC ou jornais de Portugal.
Eu te ensino, na hora.
Eu te ajudo a ler o Brasil.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Os meninos que fisgam barcos

Do Tijolaço:



Dá vergonha que situações como a que se retrata no vídeo acima aconteçam.
Dá vergonha que se precise que a Al Jazeera, lá da Arábia, seja quem nos mostra este drama.
É a história de Jesse, um menino que “agarrava barcos”, como vários outros fazem,  no Rio Tajaparu, no Pará, por onde passam cerca de 75% da mercadoria e transporte humano movimentado na rota entre Belém até Macapá.
Ele “fisgava” os barcos, com um gancho e cordas, para subir nas embarcações para  vender palmitos, bananas e ingás.
Alguns reais e muito risco.
Embora a matéria, naturalmente, explore o exótico e o trágico, o exótico e o trágico estão lá, nas próprias imagens.
Este é o Brasil “com miséria” que nossas elites não gostam de ver.
Nós também não gostamos de ver, mas isso não se faz fechando os olhos.
O Poder Público tem de agir fortemente sobre esta siatuação.  O “Brasil sem miséria” que a presidenta lançou, deve ir buscar estes meninos e meninas, expostos ao perigo das hélices dos barcos e ao risco, maior ainda e quase sempre fatal, da degradação de suas infâncias.
São meninos e meninas valentes: ah, como o são!
Será que não podemos deixá-los ter a chance de “agarrar” outro barco, o da educação, e que isso represente os seis ou sete reais que levam para casa  arriscando a vida ao “fisgar” as embarcações que passam, velozes, para vender suas frutas e palmitos?

PS. Obrigado ao comentarista-amigo-parceiro Betinho pela dica do vídeo

Pauta do momento na mídia: endividamento dos consumidores

Estadão:

Endividamento do brasileiro é recorde

Dívida total do consumidor atingiu R$ 653 bilhões em abril e equivale a 40% da massa anual de rendimentos do trabalho e da Previdência

26 de junho de 2011 | 21h 05

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Bem vindos a São Paulo

Governo de São Paulo anuncia novos valores de pedágios

Os novos valores serão cobrados a partir do dia 1º de julho. Reajustes foram feitos com base no IGP-M e no IPCA


O governo de São Paulo divulgou nesta segunda-feira os novos valores que serão cobrados em pedágios nas rodovias privatizadas do estado a partir do dia 1º de julho. Para estipular o aumento foram usados dois indexadores: o IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado) e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
O primeiro indexador foi aplicado nos pedágios das praças cujas concessões foram assinadas entre 1998 e 200, sendo que o reajuste foi de 9,77%. Fazem parte desse grupo as rodovias Anchieta, Anhanguera, Bandeirantes, Castello Branco, dos Imigrantes, parte da Raposo Tavares e Washington Luís, entre outras.
O IPCA foi aplicado em pedágios cujos contratos foram assinados a partir de 2008 e o reajuste ficou em 6,55%. Nessa situação estão as rodovias Ayrton Senna, Carvalho Pinto, Dom Pedro I e parte da Raposo Tavares.
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Com meu carro flex, gasto mais, pra ir até Santos, com pedágio do que com o combustível.
Pedágio imigrantes-Anchieta = R$18,50
São Paulo - Santos entorno de 80Km. Consumo do meu carro 8 KM/L. 80 dividido por 8 igual a 10 litros de alcool. 
Alcool em São Paulo = R$1,59 por litro. 
Total = R$15,90 de combustível
Esse é meu estado e seu povo que gosta de falta de luz, inundação, trânsito caótico, metrô e ônibus super lotados e o PSDB.

domingo, 26 de junho de 2011

O câmbio e a desindustrialização

Do Valor
Marcelo Mota | Do Rio 
O abalo causado no saldo comercial do país nos últimos anos pode ser o mais simples dos danos provocados pelo real valorizado. Em encontro promovido, ontem, pelos Conselhos Regionais de Economia (Corecon) dos quatro Estados do Sudeste, economistas fizeram um alerta: o câmbio está minando a industrialização do país.

"Estamos tendo uma perda de competitividade cambial, que leva a um processo gradual de desindustrialização", disse o professor da PUC de São Paulo, Antonio Corrêa de Lacerda. O estrago já é evidente sobre fabricantes de semicondutores, produtos farmacêuticos e máquinas e equipamentos, que, segundo ele, respondem pela maior parte de um déficit comercial de US$ 65 bilhões, no ano passado, se analisada somente a pauta de itens de alta ou média tecnologia.
Para Eduardo Costa Pinto, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o risco é que esse efeito fique camuflado por um saldo em transações correntes financiado também por capital de investimento de curto prazo, além das compensações obtidas com a venda de commodities. "Fechar a conta vai ser fácil. O problema é de médio prazo."
Segundo o diretor do Departamento de Competitividade Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Alexandre Comin, "a penetração dos importados na economia brasileira é veloz, ampla e profunda". Há cerca de um mês e meio no ministério, ele levou ao encontro uma versão atualizada de sua tese de doutorado, na qual chamou a atenção para uma estimativa que aponta para salto de 44% no consumo de manufaturados importados no país, em cinco anos.
Entre 2005 e 2010, a penetração média dos importados foi de 13,5% para 19,4% do total consumido internamente. Entre os eletrônicos, a importação já respondia por 35,8%, em 2010. Em contrapartida, o Brasil só abre espaço no exterior com agrícolas, minerais ou combustíveis, de baixo valor agregado. Nem ele, nem os outros economistas presentes acreditam que o peso negativo do câmbio possa ser compensado com ganhos de produtividade.
"A correlação mostra que a exportação acompanha o câmbio", disse Comin, ao mostrar gráfico com série de 1989 a 2010, na qual os dois indicadores cumprem sempre a mesma trajetória, com pouco ou nenhum descolamento. Comin afirmou que o governo tem pouca margem de manobra com tarifas para conter a penetração crescente dos importados, devido a compromissos com a OMC.

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Em suma, a queda nas exportações de manufaturados é camuflado, na balança comercial, pelo consumo desenfreado de commodities e entrada de capital externo através de investimentos de curto prazo.


A médio e longo prazo é preocupante, a perda de competitividade das indústrias brasileiras.


Não fosse o poder de consumo do mercado doméstico - decorrência das políticas de equidade da renda nos últimos anos - a situação estaria caótica com certeza.