segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Oferta de ações em 2011 deve levantar R$50 Bi

Por Aluísio Alves e Silvio Cascione
SÃO PAULO (Reuters) - A fila de ofertas de ações de empresas brasileiras nas próximas semanas vai se estender pelos próximos meses, movimentando cerca de 50 bilhões de reais em 2011, segundo os bancos líderes no setor.
"Sem contar os 'jumbo deals', pode ter uns 30 bilhões de dólares, com 30 a 40 ofertas", diz Fabio Nazari, chefe da área de mercado capitais do BTG Pactual, o líder do setor.
O JP Morgan vai ainda mais longe. Segundo o banco, há pelo menos 50 bilhões de dólares (85 bilhões de reais) em demanda de investidores por ações de empresas latinoamericanas em ofertas este ano, sendo que parte importante dessa quantia é dedicada ao Brasil. Segundo o banco, as operações da região que já estão 'na rua' não consomem nem 15 por cento desse total.
O apetite dos investidores globais por rentabilidade e a expectativa de que o Brasil tenha crescimento econômico forte por vários anos são o pano de fundo desse cenário.
Atualmente, há 14 pedidos de registro em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Destas, sete já estão com cronograma definido. A primeira é a empresa do setor têxtil Arezzo, que vai para sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). O período de reservas começou na semana passada.
Nesta segunda foi dada a partida para os interessados em participar do IPO da varejista Sonae Sierra. Na quarta-feira será a vez do follow on (operação de empresa já listada) da construtora Tecnisa e da produtora de refratários Magnesita, além do IPO do braço de petróleo da Queiroz Galvão. No dia seguinte começam as reservas para a oferta subsequente da construtora Direcional.
Em 2010, num ano atípico pela gigantesca oferta de cerca de 120 bilhões de reais da Petrobras, operações de empresas domésticas levantaram 152 bilhões de reais, ou 97 por cento do volume obtido com ofertas de ações na região.
Para especialistas, algumas empresas que tinham planos de vender ações no ano passado preferiram não correr o risco de disputar investidores com a Petrobras, especialmente num momento pouco amistoso do mercado, às voltas com a crise de dívidas soberanas na zona do euro.

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