quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Construção e varejo derruba Bovespa

SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa aumentou o descolamento em relação aos mercados internacionais na quinta-feira, puxada pelas perdas das ações dos setores domésticos de construção e varejo.

O Ibovespa, principal índice das ações brasileiras, teve queda de 0,96 por cento, a 68.050 pontos. É o menor patamar de fechamento desde 28 de dezembro. O giro financeiro do pregão foi de 6,4 bilhões de reais.

Assim como na quarta-feira, o mercado caminhou na contramão das bolsas internacionais. Os principais índices das bolsas de Nova York operavam no azul a poucos minutos do fechamento.

Por aqui, a queda mais pronunciada se concentrou nos segmentos de construção e de varejo, que têm sido preteridos pelos investidores por causa da exposição a um possível aumento mais forte dos juros.

Pela manhã, o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou a ata da reunião realizada na semana anterior, após a qual decidiu elevar o juro do país em 0,5 ponto, para 11,25 por cento ao ano, afirmando que ainda vê riscos decorrentes do descompasso entre a oferta e a demanda.

Fabio Romero, sócio da Brava Investimentos, acredita que a razão mais plausível para o descolamento da bolsa nesta sessão seja o rompimento de um nível técnico de baixa.

"O mercado acabou rompendo um suporte importante nos 68.500 pontos e a pressão vendedora ganhou mais força", disse.

Segundo ele, também pode estar ocorrendo um ajuste da carteira de investidores estrangeiros, com a saída de capitais no Brasil para a aplicação em outros mercados emergentes, como na Ásia.

De acordo com dados da BM&FBovespa, o saldo do investimento estrangeiro no mês continua positivo, mas caiu a 1,298 bilhão de reais até o dia 24, ante 1,425 bilhão de reais na última sexta-feira.


Entre os destaques negativos do índice, Lojas Renner puxou a fila entre as varejistas, caindo 4,25 por cento, a 49,31 reais. No setor imobiliário, MRV tombou 3,3 por cento, a 14,07 reais.
OGX ampliou a trajetória de forte retração, caindo 3,9 por cento, a 18,19 reais. Mas a pior do dia foi Marfrig, recuando 4,95 por cento, a 14,21 reais.
Na ponta de cima do Ibovespa, a ação ordinária da Usiminas subiu 3 por cento, a 22,07 reais. CSN anunciou que estuda aumentar a participação na Usiminas.

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