sábado, 9 de abril de 2011

A irresponsabilidade cambial de Guido Mantega

Por Luis Nasif
Fazenda e Banco Central estão cometendo um equívoco perigoso ao utilizar o câmbio para combater a inflação. Estão simplesmente alavancando de forma drástica a volta do pêndulo cambial – quando o aumento do rombo das contas externas provocar uma desvalorização do real.
O IPCA anual, até março passado, mostra que a grande pressão nos preços vêm dos segmentos alimentos e bebidas (8,76%), Vestuário (7,49%), Despesas Pessoais (8,53%) e Educação (8,09%). Apenas o primeiro grupo é influenciando por cotações internacionais e pelo boom nos preços de alimentos no ano passado. Essa pressão tende a diluir nos próximos meses, à medida que os preços se assentem ou caiam.
Os demais itens pouco ou quase nada têm a ver com câmbio.
Tome-se o caso de despesas com educação.
Em parte reflete o próprio aquecimento do mercado de trabalho. Os maiores aumentos foram em curso de informática (14,35% nos 12 meses), cursos de idioma (10,12%), cursos técnicos (10,93%) e cursos preparatórios (11,84%). Também as mensalidades escolares (em torno de 8% em todos os níveis).
Todos os itens relacionados a produtos estão com altas moderadas – brinquedos (4,33%), material esportivo (1,12%), bicicleta (0,44%), máquinas fotográficas (-13,76%). Todos relacionados com serviços, altas expressivas – motel (11,58%), hotel (13,96%), ingressos para jogos (25,46%).
Permitir que o dólar caia abaixo de R$ 1,60 é de uma irresponsabilidade que tem paralelo apenas no plano Real. 

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