quinta-feira, 12 de maio de 2011

A mídia: uma pauta e duas reportagens distintas

Reproduzo abaixo duas reportagens sobre a mesma pauta, percebam a diferença de quem leva a sério o jornalismo e o ato de informar, e de quem pega um gancho para fazer análises "chulas", sem conteúdo e ignorando a finalidade principal do jornalismo.

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O segundo afago de Dilma nos tucanos

Por Angela Pimenta
Revista Exame- Editora Abril
A presidente Dilma Rousseff deve comandar hoje no Palácio do Planalto a instalação da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade, órgão que visa aprimorar a máquina pública federal.
A Câmara, que será coordenada pelo empresário Jorge Gerdau, também contará com a participação de três expoentes do setor privado: Antonio Maciel, da Suzano, Abílio Diniz, do Pão de Açúcar, e Henri Philippe Reichstul, ex-presidente da Petrobras.
Ligado ao PSDB, Reichstul presidiu a estatal do petróleo no segundo governo de Fernando Henrique Cardoso. Para horror dos petistas, foi ele quem tentou mudar o nome da empresa para Petrobrax.
Mas Reichstul foi também o executivo que promoveu a bem sucedida reestruturação da Petrobras em quatro áreas de negócios: exploração e produção, abastecimento, gás e energia e internacional.
E foi durante sua gestão que a Petrobras começou a pagar aos seus funcionários salários competitivos com os do setor privado. Reichstul deixou o cargo durante a crise que sucedeu o naufrágio da plataforma P-36, em 2001.
O convite para que Reichstul participe da Câmara de Competitividade é o segundo gesto de cortesia de Dilma em direção aos tucanos. O primeiro foi o convite aceito por FHC para o almoço em homenagem ao presidente Barack Obama, no último mês de março, no Itamaraty.
Marcado pela astúcia política, o segundo gesto de Dilma visa mostrar à população que seu governo julga a melhoria da administração pública uma missão suprapartidária.
Mas a presença de Reichstul no Planalto deve desagradar tanto a Lula quanto os setores do PSDB ligados ao ex-governador José Serra, hoje o mais autêntico opositor do governo Dilma (e pra finalizar, um afago ao ex-governador de São Paulo).
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O lançamento da Câmara de Gestão


Por Bruno de Pierro - Agência Dinheiro Vivo
Será lançada hoje, 11, em cerimônia no Salão Nobre do Palácio do Planalto, a Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade (CGDC), com a presença da presidente Dilma Roussef. O grupo, que será comandado pelo empresário Jorge Gerdau, constituirá um fórum para proposições, coordenação e avaliação de políticas de gestão pública, alinhadas às diretrizes do governo. A câmara será vinculada ao Conselho de Governo da Presidência da República.
A principal tarefa da nova instância será fazer a integração das estratégias de desenvolvimento social com redução das desigualdades, de promoção do equilíbrio fiscal e do desenvolvimento econômico sustentável. A CGDC também poderá realizar, a pedido dos ministros, a avaliação de órgãos e programas específicos dos respectivos ministérios.
p>De acordo com a Casa Civil, a consolidação do fórum é um esforço na avaliação e no controle da qualidade do gasto público e dos serviços prestados aos cidadãos, “bem como da efetividade dos resultados no que se refere à geração de emprego e crescimento e expansão do setor produtivo”.
Apesar de não contar com quadro próprio, a Câmara terá apoio técnico e logístico de uma secretária-executiva na Casa Civil. As regras para sua organização e funcionamento serão estabelecidas em regimento interno, a ser proposto pelo seu presidente e aprovado pela maioria absoluta de seus membros.
Além de Gerdau, outros três representantes da sociedade civil farão parte da Câmara: Abílio Diniz, dono de redes de supermercados, entre elas o Pão de Açúcar; Antônio Maciel Neto, presidente da Suzano Papel e Celulose; e o ex-presidente da Petrobras Henri Philippe Reichstul. Antônio Palocci, da Casa Civil, Guido Mantega, do ministério da Fazenda, Miriam Belchior, do Ministério do Planejamento, e Fernando Pimentel, do MDIC compõem os representantes do governo federal.
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É senhores, essa é a imprensa brasileira.
Esta cada vez mais difícil achar uma boa fonte de informação e confiável.
Você quer ler a noticia em sua essência? Ou prefere ler opiniões de jornalistas parciais, que usam um canal de informação a sua disposição para explicitar seus interesses políticos e suas preferências?

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