domingo, 21 de agosto de 2011

Os riscos da "faxina"

Por Marcio Morais


A política no Brasil sempre foi previsível por mais complexa que fosse em seus emaranhados de interesses.

Culturalmente, tanto na vida pública como na vida privada, a palavra “política” virou sinônimo, num sentido figurativo, de maneira hábil de agir ou astúcia.

É verdade, também, que a grande maioria da população pouco se interesse pela política pública no nosso país, que vota mesmo por obrigação e não por questões estratégicas ou comprometidas com o seu município, estado ou nação. Muitos decidem votar em um vereador – que tem 5 dígitos, o que dificulta decorar – do santinho jogado no chão próximo a zona eleitoral, sem nem saber seu histórico público, político e nem, ao menos, seu projetos.

Mas são esses candidatos de muitos dígitos e que são escolhidos assim, a revelia, que ditam as regras do jogo. Se eles quiserem - e fazem uso disso muito bem – o prefeito, o governador e o presidente não governam. Um presidente é tão dependente de deputados e senadores, tal qual, um feirante depende de seus fregueses.

A rede de interesses são tão complexas, que os interesses soberanos, partidários e pessoais se confundem, a ponto de, o ato de fazer o certo, ético e mora,l ser semelhante a um suicídio.

Desde que a esquerda chegou ao poder, a política tem experimentado mudanças gradativas no seu método operacional,técnico e estratégico. Muitos acreditavam, quando Lula estava prestes a ser eleito em 2002, numa revolução histórica como pregavam a publicidade dos esquerdistas radicais. Mas o que se viu, nesses últimos anos é, que é preciso fazer parte do sistema para mudá-lo.

Dilma assumiu uma postura perigosa nesse seu primeiro ano de governo, combater o maior mal que corrói nosso país há séculos, a corrupção, com a sua já intitulada pela mídia de “faxina”. pode torná-la tanto uma heroína como um dos piores presidentes que nosso país já teve.

Todos sonhamos que, um dia, uma figura integra e totalmente comprometida com nosso país, assumisse o poder e debandasse tudo aquilo que há de ruim, que fizesse uma gestão competente, para o povo e combatesse de frente a corrupção.

Mas combater assim a corrupção é bater de frente justamente com aqueles, que sem eles, ela não tem como governar. É ir contra uma rede de interesses tão complexa e poderosa – não só no terreno político - que pode levá-la do céu ao inferno em questões de segundos.

Sem dúvidas está se instalando uma nova maneira de fazer política nesse país, aquela que há décadas esperávamos que surgisse, mas a mudança acontecerá de maneira sorrateira, não revolucionaria e heróica como todos sonhávamos e ela, a presidenta, assumiu todos os riscos.

Nenhum comentário: