segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Mascara de folha de flandres


"A liberdade não significava a melhoria de vida. No cativeiro, a posse e a manutenção dos escravos era regulada com algum rigor pela legislação vigente. Seus donos tinham a obrigação de alimentá-los, dar-lhes moradia e assistência minima para garantir a sua sobrevivência. A lei previa que, em caso de maus-tratos comprovados, o senhor do escravo poderia perder sua propriedade, o que representava prejuízo financeiro. Livres, no entanto, os negros forros ( escravos libertos por alforria) ficavam entregues à própria sorte, marginalizados por completo de qualquer sistema de proteção legal e social. Em muitos casos, a liberdade era um mergulho no oceano de pobreza composto por negros libertos, mulatos e mestiços, à margem de todas as oportunidades, incluindo educação, saúde, moradia e segurança - UM PROBLEMA QUE, 120 ANOS DEPOIS DA ABOLIÇÃO OFICIAL DA ESCRAVIDÃO, O BRASIL AINDA NÃO CONSEGUIU RESOLVER."

(Laurentino Gomes - Trecho do livro "1808")

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