sexta-feira, 1 de abril de 2011

A Vale é nossa

Segunda e terceira parte do documentário "A Vale é nossa".


A primeira parte esta no post "A Vale nunca deveria deixar de ser nossa"




Parte 2


Parte 3

O fim dos "Cabeças-de-planilha"

Por Luis Nassif

Na semana passada, o seminário "Repensando a política macroeconômica", organizada pelo FMI com os economistas David Romer, Joe Stiglitz e Michael Spence e com seu economista-chefe Olivier Blanchard ,decretou oficialmente o fim da era dos "cabeças de planilha" - tipo de analista que contaminou o mercado financeiro nas últimas décadas, com simplificações que desmoralizaram o que se entendia por ciências econômicas.
***
Munidos de suas planilhas, e com conhecimento insuficiente em política, análise setorial, ciências sociais, psicologia social, e mesmo correlações básicas de economia, esses economistas julgaram ter descoberto o equilíbrio universal, o fim dos riscos sistêmicos. Qualquer questionamento à sua falsa ciência era tratado com superior desprezo.
***
O encontro promovido pelo FMI é a pá de cal nesse tipo de pensamento cabeção, primário, manipulador, insuficiente.
***
Um dos princípios era a visão monofásica de que cada instrumento de política econômica deveria visar apenas um objetivo.
Por exemplo, para inflação em alta, aumento das taxas básicas de juros. Esse aumento impactava a dívida pública, apreciava o real, causava desequilíbrio nas contas externas que, mais à frente, provocava uma maxidesvalorização do real que comprometia o próprio combate à inflação.
Pouco importava: juros só devem se preocupar com a inflação.
***
Às vezes o aquecimento do consumo se dava em um setor específico. A situação poderia se resolver com uma restrição ao financiamento àquele setor. Mas as "boas práticas" diziam que apenas os juros poderiam ser.
***
Anos atrás, monetaristas brasileiros – da melhor escola de Chicago – alertavam para os erros da política de metas inflacionárias.
Define-se uma meta, mede-se a expectativa dos agentes econômicos. Se estiver acima da meta, aumentam-se os juros. Os monetaristas alertavam que nesse modelo não se levava em conta o excesso de liquidez (de moeda) na economia.
Consequência: esse excesso formou bolhas especulativas por todos os poros do sistema financeiro internacional, resultando na grande crise de 2008.
***
Esse pensamento manipulador criava um agente financeiro imaginário, racional que por si só seria capaz de coibir qualquer abuso do sistema financeiro internacional, permitindo abrir mão de qualquer regulação. Se uma instituição abusasse, se algum ativo estivesse muito caro, os investidores simplesmente trocariam por outras instituições ou ativos, regulando automaticamente o mercado.
Era uma miragem, como se todo investidor fizesse cálculos complexos, análises de risco, arbitragens.
***
Nas instituições financeiras, havia cálculos infernais mostrando que quando despencasse a cotação do ativo 1, haveria um aumento na cotação do ativo 2, de tal maneira que aplicando em ambos o risco tenderia a zero.
Imbecis, sem nenhuma noção do que uma crise sistêmica provocava no mercado. Quando sobrevinha a crise, caía o ativo 1. Para cobrir sua posição naquele mercado, o banco vendia o ativo 2, provocando também sua queda e assim por diante.
***
Havia muito mais erros nessas formulações. Nunca foram combatidos porque criaram uma cadeia improdutiva de juros e especulação.
Só a crise para repor o conhecimento econômico no seu devido lugar

O jogo dos 7 erros

Com equívocos estratégicos, Agnelli passou a significar mais risco que lucro para Vale
MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO
O presidente do conselho de administração do Bradesco, Lázaro Brandão, é conhecido pelo comportamento glacial. Seja qual for o tamanho da crise, ele reage com frieza. Não exibe sinais de nervosismo nem eleva a voz, segundo seus interlocutores.
Sua relação com Roger Agnelli, o presidente da Vale que será substituído pelo engenheiro Tito Martins, como a Folha revelou ontem, tinha ingredientes de carinho de pai para filho.
Agnelli foi o indicado por Brandão que fez as vendas da Vale saltarem de US$ 4 bilhões em 2001 para US$ 46 bilhões no ano passado. Era o criador se deliciando com a performance de sua criatura.
Mesmo assim, Brandão elevou a voz numa conversa telefônica com Agnelli. Não foi um grito, segundo uma testemunha da cena. Mas Brandão falou alto: "Chega, Roger, não dá mais".
Não se sabe exatamente o que Agnelli dizia do outro lado da linha, mas é possível inferir por conta das articulações que ele fez para permanecer na presidência da maior empresa privada da América Latina. E nenhuma dessas articulações interessava ao Bradesco, que busca continuar com os serviços do Banco Postal, uma concessão do governo que lhe rende R$ 1 bilhão por ano.
INTERESSES PESSOAIS
O "chega, Roger" talvez seja a tradução mais acabada de que o presidente da Vale elevara seus interesses pessoais acima dos interesses do Bradesco. Ele contrariou um dos mandamentos do banco: o de colocar a instituição acima dos interesses pessoais.
Inimigo de Guido Mantega (Fazenda), Agnelli passou a significar mais riscos que lucros por conta do passivo de erros estratégicos que cometera (leia quadro ao lado).
A maioria desses erros tem relações com o caráter anfíbio da Vale -a diretoria da empresa comporta-se como seus pares no setor privado, mas o seu controle (exatamente 58,1%) está nas mãos de um fundo de investimentos controlado por um fundo de pensão atrelado ao governo, a Previ, dos funcionários do Banco do Brasil.
A irritação do governo com Agnelli vem de 2009, quando o então presidente Lula sentiu-se afrontado com a demissão de 1.300 trabalhadores da empresa.
Lula ficou contrariado porque pedira aos empresários que não demitissem. Que moral teria para fazer esse pedido ao setor privado se uma empresa controlada por um fundo de pensão público não atendera a seu apelo?
ÁPICE
O ápice desses confrontos ocorreu nas últimas duas semanas, com as articulações de Agnelli para permanecer no cargo. Duas dessas tentativas de encurralar o governo irritaram a presidente Dilma Rousseff, segundo interlocutores ouvidos pela Folha:
1) a articulação que o presidente da Vale fez junto ao DEM para que Mantega fosse convocado pela Câmara para explicar por que queria tirar Agnelli do cargo;
2) o vazamento para a imprensa de que o Bradesco concordara em entregar a cabeça de Agnelli ao governo. Para o Planalto, foi o próprio Agnelli que espalhou a informação, numa tentativa desesperada de manter o cargo.
A articulação com o DEM colocava em risco a continuidade do Bradesco à frente do Banco Postal, cujo contrato será renovado no final do ano, e fragilizava a Vale num momento em que a empresa precisa do governo e sua base no Congresso.
Um projeto de lei prevê a taxação de minérios exportados, que hoje são isentos de impostos. Foi para não ter um pato manco negociando com o Congresso que o Bradesco entregou a cabeça de Agnelli ao governo.

Mino Carta (criador da revista Veja entre outras): A mídia, o golpe militar de 64 e algo mais...

Parte 1


Parte 2


Parte 3

quinta-feira, 31 de março de 2011

Como a Rússia vê as ameaças de EUA e China

Por MK Bhadrakumar


“Tempos de Dificuldades” [ing. Times of Troubles] é imagem arquetípica na consciência dos russos. A expressão evoca memórias coletivas da dolorosa história russa, quando, por longos períodos de tempo, às vezes por décadas a fio, o “centro” não conseguiu manter a própria coesão interna e tudo se tornou volátil e o país, de certo modo, fundiu-se. Também faz a Rússia lembrar a também dolorosa história das invasões estrangeiras. Por tudo isso, quando figura de destaque da comunidade estratégica russa fala de “Tempos de Dificuldades” que haveria à vista, no futuro dos russos, a expressão pesa toneladas e dá peso equivalente a todo o discurso; muito mais, se aparece em discurso do general Makhmud Gareyev, presidente da Academia de Ciências Militares da Rússia.


Em relatório que apresentou à academia militar no sábado passado em Moscou, em sessão da qual participou o mais alto escalão militar russo (dentre outros, Nikolai Makarov, chefe do comando do estado-maior da Rússia), Garyev alertou que a Rússia enfrenta hoje ameaças e desafios, no futuro próximo, que são as mais graves de sua história desde os “Tempos de Dificuldades” de 1612. [Os tempos de anarquia que a Rússia viveu entre 1598 e 1613, quando o país foi conquistado por poloneses e lituanos e um terço da população morreu de inanição e fome.]


As palavras de Garyev foram: “No que tenha a ver com segurança, a Rússia jamais viveu época de tais e tantas ameaças como as se veem crescer nesse início do século 21, desde talvez 1612.” E prosseguiu:


“Nosso país enfrentará terríveis pressões geopolíticas nos próximos anos, basicamente vindas de EUA e China. E temos de fazer o que for possível para não enveredar por qualquer tipo de rota de colisão com EUA e China.”


Recomendou que Moscou otimize todas suas competências e habilidades diplomáticas para evitar os perigos que se avizinham.


Gareyev destacou “o caráter global” que a guerra contemporânea está assumindo, agora que exércitos dos EUA já ocupam por terra territórios no Iraque e no Afeganistão e, por enquanto apenas por ar, também a Líbia.


Gareyev também chamou a atenção – detalhe importante – para o fato de que a China jamais parou de fortalecer-se militarmente, embora em idas e vindas, mas sempre com claros objetivos estratégicos. Em janeiro, por exemplo, a China fez coincidir um teste de voo (bem sucedido) de seu avião bombardeiro J-20 (com tecnologia “stealth” [invisível para os radares]) com a visita ao país do Secretário de Defesa dos EUA Robert Gates.


Na opinião de Garyev, os futuros conflitos absolutamente não serão conflitos só regionais ou locais.


“As forças militares dos EUA já estão presentes e ativas em todas as direções estratégicas – norte, sul, oriente e ocidente –, por todo o planeta ”. Para comprovar que essa ameaça é real e crescente, Gareyev recomendou que a Rússia avalie os riscos realisticamente e com a máxima objetividade.


Criticou diretamente os think-tanks ultraliberais russos que “continuam a enganar a opinião pública”, fazendo crer que não haveria nuvens à vista. “A Rússia enfrenta ameaças graves, reais, no campo da defesa. Se essas ameaças não forem neutralizadas politicamente, não serão neutralizadas de modo algum (…) e o inimigo, como em 1941, descarregará sobre nossas costas o peso maior.”


A Rússia está iniciando programa massivo de modernização militar que custará cerca de 650 bilhões de dólares. Mas é evento raríssimo que os estrategistas militares russos falem abertamente sobre ameaças que pressintam ou conheçam vindas da China.


Ainda que se deva conceder que é provável que Garyev estivesse argumentando, sobretudo, a favor de aumento drástico nos gastos militares, sua fala atraiu atenção em todo o mundo, como fala autorizada do mais alto comando estratégico russo.


Além disso, a publicidade dada ao discurso de Garyev na mídia russa indica que visa a ecoar também na opinião pública russa a qual, até agora foi seduzida exclusivamente para aprovar as políticas manifestas de “reset” com os EUA e de “parceria estratégica” com a China.
________________________________________________________


A diplomacia é o que mantém os estopins apagados.......


Até que surja um "pretexto".


Vide Iraque, Líbia.

Que tipo de pessoa vota nesse cara?

Isso você não vai ver na Globo




Por Altamiro Borges

O deputado federal Brizola Neto (PDT/RJ) fez uma grave denúncia na tribuna da Câmara Federal na tarde de ontem (29). Com base em documento oficial, ele revelou que sete executivos da empresa Vale recebiam salários de mais de R$ 1 milhão de reais. Conforme afirmou, com coragem e firmeza, eles são os "verdadeiros marajás", que assaltam as riquezas naturais do país.

A pergunta que não quer se calar: a mídia vai repercutir a denúncia do deputado? Os "calunistas" da TV Globo e de outros veículos farão seus costumeiros escândalos contra os "marajás"? Ou a mídia vai preferir encobrir os executivos da poderosa Vale, que investe milhões em publicidade nos meios "privados" de comunicação?

Serra vendeu tudo. Só sobrou um imóvel aqui e um terreno lá.

Do Transparência São Paulo
Entrevista desta semana do Secretário Estadual da Fazenda, Andrea Calabi, aponta quais as metas do Governo Alckmin para as finanças públicas do Estado de SP. Sua análise é contundente, representando ruptura com o governo Serra em alguns temas e a continuidade em outros.
Como ruptura, teremos o fim dos questionamentos junto ao governo federal em relação ao indexador da dívida pública estadual (o IGP-DI). Esta frente de batalha do governo Serra não será continuada por Alckmin. Para fiscalistas convictos, nas palavras do próprio secretário, “ao discutir o IGP-DI você abre brecha para trocar o contrato da rolagem da dívida. (…) Você destampa uma caixa de Pandora.”
As continuidades, por outro lado, serão inúmeras: primeiro, o governo Alckmin planeja continuar a “derrama tributária” por duas vias: mantendo a substituição (antecipação) tributária do ICMS implantada na gestão anterior e adotando novos impostos, tais como a “contribuição de melhorias” estadual.
Esta busca por aumento das receitas próprias será direcionada para a manutenção de níveis mais elevados de investimentos, alcançados na gestão Serra.
Os investimentos, por outro lado, também serão sustentados através de recursos federais e recursos junto a instituições financeiras internacionais, mais uma continuidade em relação à gestão Serra.
Neste quesito, parece que, pelo menos por enquanto, a gestão Alckmin será menos “mal agradecida” do que a gestão Serra, reconhecendo o esforço federal no financiamento de investimentos no Estado de SP.
O curioso nesta matéria é que Calabi reconhece que, tirando a CESP (que pode render uns R$ 6 bilhões), não há mais o que vender no Estado de São Paulo -, apenas alguns terrenos aqui e ali.
Resumo da situação: privatizaram tudo o que podiam, agora só falta o Palácio dos Bandeirantes.

quarta-feira, 30 de março de 2011

A nova macroeconomia

Antonio Delfim Netto
29/03/2011
Caiu a ficha! A expressão não é elegante, mas cabe como uma luva aos economistas que ao pretenderem criar uma "ciência", construíram uma "religião": uma "ciência econômica" que acredita em leis naturais que governam o funcionamento do sistema econômico e são, portanto, independentes da história, da geografia, da psicologia, da antropologia etc.
Tal crença apoiada numa formalização útil, mas exagerada para lhe dar um ar "científico", interditou ou reduziu à heterodoxia visões alternativas do mundo e produziu o míope "pensamento único" que empobreceu a economia política. Está agora a desfazer-se sob os nossos olhos, sob a pressão de velhíssimos ortodoxos! Esses tentam, desesperadamente, entender como foi possível a crise de 2007/2009 que emergiu como uma "surpresa" numa conjuntura que parecia de plena tranquilidade e atribuída ao sucesso daquela "ciência monetária"...
Nada pode demonstrar melhor essa tragédia do que as contribuições de brilhantes economistas (todos do "mainstream") à conferência "Repensando a Política Macroeconômica". Ela foi organizada às expensas do FMI, por Olivier Blanchard (economista-chefe do FMI e autor de dois clássicos, um dos quais, desde 1989, dominou o estudo "sério" da macroeconomia), David Romer (autor da bíblia "Macroeconomia Avançada"), Joseph Stiglitz (Nobel, 2001) e Michael Spence (Nobel, 2001).
Na semana passada (dia 23) Blanchard publicou um minúsculo e devastador artigo "O Futuro da Política Macroeconômica: Nove Conclusões Tentativas", resumindo os resultados da conferência (obviamente, uma visão pessoal, mas seguramente não viesada):
1ª) Entramos num magnífico ("Brave") mundo novo, muito diferente do que vivíamos em termos do exercício da política macroeconômica;
2ª) Na velha discussão entre o papel relativo dos mercados e do Estado, o pêndulo avançou - pelo menos um pouco - na direção do Estado;
3ª) Há distorções sérias e muito maiores do que pensávamos na macroeconomia. Elas foram ignoradas porque supúnhamos que fossem pertinentes à microeconomia. Quando integramos as finanças à macroeconomia descobrimos que suas distorções são relevantes para a segunda e que a regulação precisa ser aplicada também aos reguladores. A economia comportamental e sua prima, a finança comportamental, são peças centrais da macroeconomia;
4ª) A macroeconomia tem múltiplos objetivos e muitos instrumentos (ferramentas) para implementá-los. A política monetária precisa ir além da estabilidade inflacionária. Precisa acrescentar o PIB e a estabilidade financeira como objetivos e incorporar medidas macroprudenciais entre os seus instrumentos. A política fiscal é mais do que "gastos" menos "receitas" e seus "multiplicadores" que influenciam a economia. Existem, potencialmente, dezenas de instrumentos, cada um com seus próprios efeitos dinâmicos que dependem do estado da economia e das outras políticas;
5ª) Temos muitos instrumentos e não sabemos exatamente como utilizá-los. Em muitos casos, não temos certeza sobre o que eles são, como e quando devem ser utilizados e se vão ou não funcionar. Por exemplo, nós não sabemos de fato, o que é a liquidez. Logo, "relação de liquidez" é apenas a continuação do que não sabemos;
6ª) Esses instrumentos são potencialmente úteis, mas levantam problemas por seu custo político. Por outro lado, os instrumentos podem ser mal utilizados. Ficou claro nas discussões que muitos pensam que existem razões plausíveis para o controle de capitais, ou para a política industrial (que todos sabem ter limites), mas o governo pode escolhê-los porque não lhe convém, politicamente, usar os instrumentos macroeconômicos corretos;
7ª) Para onde vamos, então? Em termos de pesquisa econômica o futuro é excitante. Há um imenso número de questões que devemos esclarecer e sobre as quais devemos trabalhar;
8ª) Os problemas são difíceis. Como não sabemos bem como usar os novos instrumentos e eles podem, potencialmente, ser mal utilizados, como devem proceder os formuladores da política econômica? O melhor é uma política cuidadosa e de pequenos avanços. O pragmatismo é fundamental;
9ª) Devemos ser modestos em nossas esperanças. Vão acontecer novas crises que não antecipamos. A despeito de todo nosso esforço podemos assistir a outras, no velho estilo das clássicas crises de crédito. Seria possível nos livrarmos delas com uma boa teoria dos agentes e uma regulação correta ou elas são parte do comportamento humano (endógenas ao sistema de economia de mercado) de forma que não importa o que façamos, elas sempre nos visitarão?
Abre-se, portanto, um vasto campo de conhecimento a ser explorado. Não devemos desanimar ou nos deixar enganar por essa visão relativista (de aparência quase niilista com relação a uma "ciência econômica"). O conhecimento acumulado nos últimos 300 anos, de cunho menos pretensioso, que transcende "escolas", "ideologias" e "idiossincrasias" - a velha economia política - é, comprovadamente, rico de ensinamentos para a boa governança do Estado. Ele mostra a importância absoluta da boa coordenação entre a política fiscal e a política monetária, do incentivo correto aos agentes, da boa regulação dos mercados e a necessidade do respeito às identidades da contabilidade nacional.
Antonio Delfim Netto é professor emérito da FEA-USP, ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento. 

A Vale, jamais, poderia deixar de ser nossa.....

Com as recentes manchetes sobre uma possível substituição do atual presidente da Vale do Rio Doce, o senhor Roger Agnelli, resolvi expor aqui em meu blog, algumas informações sobre a ex-estatal.


Resumo da História



A história da Vale do Rio Doce está intimamente ligada à construção da Estrada de Ferro Vitória-Minas, durante a qual os engenheiros ingleses envolvidos em seu projeto tomaram conhecimento da existência de uma grande reserva de minério de ferro naquela região.
Vários grupos de investidores internacionais adquiriram extensas glebas de terra próximas a Itabira e, em 1909 se reuniram fundando o Brazilian Hematite Syndicate, um sindicato que visava explorá-las.
Em 1911 o empresário estadunidense Percival Farquhar adquiriu todas as ações do Brazilian Hematite Syndicate e mudou seu nome para Itabira Iron Ore Company.
Percival Farquhar fez planos para que a Itabira Iron Ore Co. exportasse 10 milhões de toneladas/ano de minério de ferro para os Estados Unidos, utilizando navios pertencentes a seu sindicato que, no retorno, trariam dos EUA carvão ao Brasil, tornando assim o frete mais econômico. Esse plano antecipava em mais de 40 anos um conceito revolucionário que, afinal, modificado e atualizado, viria a se tornar realidade, sob a direção de Eliezer Batista, na década de 1960, quando da inauguração do Porto de Tubarão.
Décadas de debates acalorados se seguiram - o país praticamente dividido entre os adeptos das duas posições - e o projeto de Farquhar não saía da prancheta.
Esse plano foi inviabilizado quando Getúlio Vargas assumiu o poder, à frente da revolução de 1930, e encampou as reservas de ferro que pertenciam a Farquhar, criando com elas, em 1942, a Companhia Vale do Rio Doce S. A., como uma empresa estatal, para o que obteve o beneplácito dos Estados Unidos e da Inglaterra num tratado chamado de Acordos de Washington.

A privatização

A Companhia Vale do Rio Doce foi privatizada em 1997 durante a gestão do então presidente do Brasil o senhor Fernando Henrique Cardoso. A mineradora foi arrematada pelo valor de 3,3 bilhões de Reais. Para se ter uma ideia do valor, só em caixa a empresa tinha na época 700 milhões de reais e é obvio que não foi levado em conta todo o potencial das reservas de ferro em possessão da companhia.

Dados e comparações:
  • Em 2007, 10 anos depois da privatização, a Vale, num trimestre, tinha um lucro quase três vezes o valor pago na privatização
  • BHP Billiton é uma gigante mineradora Australiana, de propriedade privada, e paga a nação em que reside, em royalties, 45% de tudo que é extraído.
  • A Vale paga ao Brasil, 2%
  • A Vale gastou entre setembro de 2008 ao mesmo mês de 2009, R$ 178,8 Milhões em publicidade
  • A BHP não tem gasto com publicidade, ja que, seu produto, assim como o da Vale, não visa o cliente final.
Assista o video abaixo sobre a historia da companhia e os bastidores da privatização (ou podemos dizer doação?):





Continua...

segunda-feira, 28 de março de 2011

Mães criam grupo ''antiterrorismo'' contra empregadas

Paulo Sampaio - O Estado de S.Paulo
Indignadas, cerca de 20 mães com sobrenomes tão colunáveis como Gasparian, Vidigal, Pignatari, Souza Aranha e Flecha de Lima se juntaram há cinco anos para fundar o GATB: Grupo Anti-Terrorismo de Babás.
A ideia era se proteger da "petulância" das funcionárias, dar dicas sobre o que fazer em caso de "abuso de direitos" e ainda trocar ideias sobre cabeleireiros, temporadas de esqui em Aspen e veraneios em condomínios do litoral norte.
Hoje, o grupo antiterrorista agrega por volta de cem mulheres que disparam e-mails diariamente. No campo "assunto", leem-se frases como: "É necessário pagar feriado??", com várias interrogações ou exclamações, inclusive em inglês, dependendo do tema. "Help!!"

Decisões em relação às empregadas são contadas como bravatas: "Girls, mandei a copeira e a cozinheira embora numa tacada só. Além de diversos furtos ao longo do ano, Rolex, roupas, etc, comprovamos um furto numa sexta à noite que só pode ter sido uma das duas", diz a integrante.
Dadas a rasgos de generosidade, elas passam adiante babás que não quiseram: "Oi, queridas amigas, é o seguinte: minha babá quebrou o braço e a irmã da minha folguista veio cobrir. Eu tinha até falado que se eu gostasse ia ficar com ela, mas o D. não quer duas irmãs juntas. O bom é que é daquelas que topam tudo: lava louça, passeia com os cachorros e até cozinha. Não é casada, mas tem um filho de 15 anos que se vira sozinho. Bom, quem tiver interessada o telefone é..."
Em autorreferências, as "girls" se ufanam: "Chique é ser GATB, onde meninas ajudam às outras sem pedir nada em troca!!"
TRECHO
"Meninas", diz uma das mensagens. "Minha babá veio com uma história sem pé nem cabeça, de que eu estou devendo todos os feriados em dinheiro, porque existe uma lei agora, onde ela tem esse direito. Estou meio tonta com a atitude, decepcionada com a falta de educação e gratidão por tudo que já fiz por ela, mas gostaria de saber se sou obrigada a pagar. Quando achamos que estamos com uma babá ótima, lá vêm as bombas!"
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110327/not_imp697782,0.php
_______________________________________________________

É o fim da picada mesmo.......

Elogio de "graça"?

Do Blog do Pimon


O jornalista Fernando Rodrigues, da Folha, publicou em outubro de 2009:

A Vale gastou R$ 178,8 milhões em publicidade nos últimos 12 meses terminados em setembro. A conta de propaganda da mineradora foi entregue a Nizan Guanaes, o marqueteiro predileto do PSDB ao longo de quase duas décadas. FHC e José Serra, entre outros, foram clientes de Nizan.

“No mercado publicitário, R$ 178,8 milhões é considerado um valor alto. Como comparação, a marca de sabão em pó OMO consumiu R$ 141,7 milhões no mesmo período. Os dados são do Ibope Monitor. Há também um outro dado curioso: mineradoras no mundo todo não costumam fazer publicidade, pois o seu produto (minério) não é vendido ao consumidor final.”
===============================================================================================
Precisa justificar a privatização, claro!!!!!!!!!!!!!!!
Nada melhor que $$$$$$$$$$$$$$!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!