Este ansioso blogueiro está impressionado com a reação de amigos navegantes à ação americana que matou Osama Bin Laden.
Primeiro, de ceticismo: não, Bin Laden não morreu.
Cadê o corpo ?
Como se o Obama ousasse desafiar os americanos, o mundo e o Partido Republicano com o anúncio de uma patranha.
Ou de indignação: foi um ato imperial.
Até o reparador de iniquidades, Stanley Burburinho, regiamente pago colaborador deste ansioso blog, pareceu cético e revoltado.
No universo do twitter, então, a descrença é generalizada.
Percebe-se até a velada esperança de que os adeptos de Bin Laden derramem sangue pelo mundo, num ato de vingança e reparação.
Neste sentido, a Folha (*), hoje, na primeira página, é exemplar: “Morte de Bin Laden desencadeia (sic !) medo de onda global (sic !) de atentados”.
Bom Retiro, Higienópolis, cuidado !
A Folha anuncia o banho de sangue reparador como se tivesse inside information do compound de Abbottabad.
Nenhum órgão de imprensa no mundo pretendeu disseminar tanto pânico quanto a primeira página tresloucada – e provinciana – da Folha.
Vamos supor, amigo navegante, que num dia de semana, numa manhã de sol, na esquina de rua Augusta com a avenida Paulista, no gigantesco prédio do Conjunto Nacional, 3 mil brasileiros se preparassem para começar o dia de trabalho.
Vamos supor que dois aviões pilotados por agentes de Bin Laden se lançassem contra o prédio e matassem os três mil brasileiros – e alguns não-brasileiros que ali estavam.
Vamos supor que um terceiro avião pilotado por Bin Laden caísse em cima do Palácio do Planalto, em Brasília, na mesma hora, e matasse alguns funcionários.
E que um quarto avião caísse nos jardins do Palácio do Alvorada, porque heróis brasileiros se engalfinharam com os terroristas a bordo, e frustrassem o objetivo de destruir o Palácio e quem o ocupasse no momento.
Vamos supor, amigo navegante, que a ABIN, sob a liderança do ínclito delegado Paulo Lacerda, descobrisse que Bin Laden estava numa casa perto de Islamabad, capital do Paquistão.
Que a diplomacia brasileira há muito tempo desconfiasse que o Governo do Paquistão e seu discutível serviço de inteligência colaborassem com Bin Laden.
Vamos supor que a presidenta Dilma Rousseff ficasse sentada em cima das mãos.
Sabia onde estava Bin Laden e não fazia nada.
Ou, se resolvesse desfechar a Operação Gerônimo, agentes especiais da Marinha brasileira fossem recebidos a bala por Bin Laden.
Mas, em respeito aos princípios, os agentes especiais da Marinha brasileira convidassem Bin Laden para acompanhá-los a uma delegacia para fazer um BO e, em seguida, encaminhá-lo a ao Ministério Público do Paquistão.
O que diria a Folha ?
O que diriam os céticos amigos navegantes ?
Que a Presidenta é uma frouxa !
O que diria o Padim Pade Cerra ?
Que além de frouxa ela estimula o aborto !
O que diria o Ali Kamel ?
A Eliane Catanhêde ?
A urubóloga ?
Frouxa ? Covarde ? Incompetente ? Desalmada ? E os mártires do Conjunto Nacional, como reparar a dor das famílias ?
E o que você, amigo navegante, pai daquela jovem que foi trabalhar naquela manhã de sol no Conjunto Nacional, como reagiria ?
O que você diria ?
*****************
Comentário de Carlos Henrique extraido do Blog Conversa Afiada
E o que dizem os pais dos milhões de jovens muçulmanos que o terrorismo estadunidense mata diariamente, com muito mais “eficiência” do que a Al Quaeda. Repudio qualquer tipo de terrorismo, mas só um cego ou um fanático não perceberiam que os EUA e Bin Laden são igualmente terroristas, com uma “vantagem” para os ianques : têm muito mais poder de destruição. Além de atacarem o mundo árabe movidos apenas por sua ganância.
*****************
Se Bin Laden está - e eu acho que, à essa altura, seria uma irresponsabilidade não estar - forma-se então um novo vilão nessa história toda..........o governo Pasquitanês.
O que o EUA precisa agora, é implantar na opinião pública um argumento convincente - e eles são bons nisso - para manter suas tropas dentro daqueles territórios.
Ah o petróleo!!!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário